Hoje na Economia – 05/06/2020
Investidores tocam os negócios, nesta manhã, em meio a muito otimismo, enquanto aguardam os dados sobre o mercado de trabalho nos EUA. O bom humor pode ser creditado às expectativas animadoras que cercam a evolução da economia mundial diante dos maciços estímulos, monetários e fiscais, proporcionados pelos principais governos e bancos centrais. A gradual volta à normalidade de importantes economias, impactadas pela pandemia do coronavírus, reforçam o ambiente positivo, nesta sexta-feira. Ficam para segundo plano os temores quanto ao aumento das tensões entre EUA e China.
Segundo o consenso do mercado, o relatório de emprego deve mostrar destruição líquida de vagas em torno de 7,5 milhões no mês, um número ainda muito elevado, mas menor do que o dado de abril, quando foram fechados 20,5 milhões de postos de trabalho. A taxa de desemprego deve subir de 14,7% em abril para 19,1% em maio. Os salários, por sua vez, devem mostrar forte recuo em linha com o enfraquecimento do mercado de trabalho. O ganho médio por hora trabalhada que aumentou 4,7% m/m em abril deve ter mostrado alta modesta de 1% m/m com o último dado.
O yield da Treasury de 10 anos sobe 2,44% no momento, situando-se em 0,8435% ao ano, enquanto o índice DXY, que avalia o comportamento do dólar frente a uma cesta de moedas, permanece estável, em 96,75 pontos, enquanto se aguarda pela payroll. Os futuros dos índices de ações Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq operam com altas expressivas de 1,35%, 0,93% e 0,52%, respectivamente.
Animadas pela expectativa de que os estímulos fiscais e monetários impulsionarão a retomada da economia global, as principais bolsas da Ásia fecharam no azul. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific apurou ganho de 0,70%, fechando a semana com valorização acumulada de 4,7%. O índice acionário Nikkei subiu 0,74% em Tóquio, enquanto o Hang Seng avançou 1,66% em Hong Kong; o sul-coreano Kospi se valorizou 1,43% em Seul e o Taiex registrou ganho de 0,76% em Taiwan. A moeda japonesa mostra ligeiro recuo ante ao dólar, por conta do ambiente de menor aversão ao risco. A divisa americana é negociada a 109,26 ienes contra 109,12 ienes de ontem à tarde. Na China, o principal índice acionário, o Xangai Composto, fechou com ata modesta de 0,40%.
Na Europa, os mercados continuam repercutindo positivamente o anúncio efetuado pelo Banco Central Europeu (BCE) de ampliar o seu programa de compra de ativos em mais de 600 bilhões de euros, que será implementado até junho de 2021. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta de 1,17%. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,98%; o CAC40 avança 1,93% em Paris; em Frankfurt, o DAX tem valorização de 1,64%. O euro troca de mãos a US$ 1,1336, permanecendo próximo ao fechamento de ontem (US$ 1,1337).
Os contratos futuros do petróleo operam em alta nesta manhã de sexta-feira, em meio à esperança de que a Opep+ chegue a um acordo para estender os atuais cortes em sua produção durante a reunião que acontece neste fim de semana. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para julho, é negociado a US$ 38,10/barril, com alta de 1,79%.
No mercado doméstico, a FGV divulga o IGP-DI de maio, que deve mostrar inflação de 0,62% no mês e 6,62% em doze meses, segundo as projeções do mercado. Para calibrar as apostas no Copom deste mês, hoje o diretor de política econômica do BC, Fábio Kanczuk, às 10h na XP, fará o último pronunciamento antes do período de silêncio, que antecede a reunião do Copom do dia 17 próximo. A bolsa brasileira deve subir acompanhando o otimismo externo e a ausência de notícias domésticas. O real deve voltar a se apreciar diante do dólar, com ambiente de melhor apetite ao risco, enquanto os juros futuros devem mostrar poucas oscilações, com a consolidação das apostas de corte de 75 pb na Selic na próxima reunião do COPOM.