Hoje na Economia – 06/04/2022

Hoje na Economia – 06/04/2022

Os movimentos dos mercados, nesta manhã, são marcados pelos desdobramentos da guerra na Ucrânia e pelas perspectivas em torno do aperto monetário derivado das altas taxas de inflação alimentada pelos custos das principais commodities. Os investidores avaliam os recentes comentários de dirigentes do Fed, que vem sinalizando planos de retirar os estímulos de forma mais agressiva. A ata da reunião do Fed de março, que será divulgada hoje, deverá pautar as expectativas sobre a velocidade em que o Fed deverá elevar as taxas de juros e reduzir o seu balanço de ativos. O ressurgimento do Covid-19 na Europa e na Ásia, além dos frequentes lockdowns na China, também contribuem para minar o humor dos investidores.

Na Ásia, as expectativas em torno do ritmo de aperto monetário pelo Fed e o agravamento da pandemia na China criaram um ambiente desfavorável aos ativos de risco em geral. As bolsas da região fecharam em baixa. O índice MSCI Asia Pacific registrou queda de 1,4%, na sessão desta quarta-feira. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,58% em Tóquio, em que pese o enfraquecimento do iene, favorecendo as ações das exportadoras. A moeda japonesa é cotada a 123,82 ¥/US$, depreciando 0,18% no momento. Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 1,87%, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,88% em Seul e o Taiex desvalorizou 0,58% em Taiwan. Na China, onde os mercados operaram pela primeira vez nesta semana, os dados divulgados mostraram que o avanço do Covid-19 pesou significativamente sobre a atividade do setor de serviços. O PMI-serviços, calculado pela Caixin Media, caiu para 42 em março (50,2 em fevereiro), voltando a indicar contração e atingindo o menor patamar desde fevereiro de 2020. O índice Xangai Composto fechou com alta discreta de 0,02% o pregão desta quarta-feira.

Na Europa, enquanto se espera pela ata do Fed e por nova rodada de sanções a serem impostas à Rússia, os investidores evitam ativos de risco, penalizando o mercado de ações. Os comentários hawkish efetuados pela diretora do Fed, Lael Brainard, alimentam dúvidas se o Fed, em sua determinação de reduzir a inflação no menor espaço de tempo possível, acabe empurrando a maior economia do mundo para a recessão. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe queda de 0,99%, no momento, com fortes baixas nas ações de tecnologia, montadoras de veículos e bens de consumo. Em Londres, o FTSE100 cai 0,54%; o CAC40 perde 1,11% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 1,25%.

No mercado americano, diante de uma expectativa de uma política monetária agressiva por parte do Fed, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos saltou seis pontos base para 2,61% ao ano, voltando a ser negociado nos níveis observados entre 2018 e 2019. O dólar também se fortaleceu, levando o índice DXY do dólar para 99,42 pontos, o ponto mais alto das últimas três semanas. No momento, o euro é negociado a US$ 1,0914/€, enquanto a libra vale US$ 1,3101/£. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem quedas significativas nesta manhã, sugerindo que os mercados à vista devem manter o tom negativo da sessão de ontem. O futuro do Dow Jones recua 0,36%, no momento; S&P 500 cai 0,47%; Nasdaq perde 0,61%, com quedas generalizadas nas ações de tecnologia. Às 15hs de Brasília, o Fed divulga a ata de sua reunião de política monetária realizada em março.

No mercado de petróleo, o contrato futuro do produto tipo WTI, para maio, é negociado a US$ 102,81/barril, com alta de 0,76%. Investidores atentos às sanções impostas à Rússia, de olho em possível redução na oferta da commodity, como também no volume de estoques de petróleo nos EUA, captados pelos levantamentos semanais.

Os dados negativos divulgados na China, nesta madrugada, devem impactar negativamente o Ibovespa, que também deve carregar o pessimismo espelhado nas quedas dos futuros de ações americanos, nesta manhã. A FGV divulga a inflação captada pelo IGP-DI de março, que deve mostrar alta de 2,10% no mês e 15,27% em doze meses. Esse dado ao lado do IPCA, também de março, que será divulgado na sexta-feira, pode colocar em dúvida a disposição do Copom de encerrar o atual ciclo de ajuste com Selic em 12,75% ao ano.

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