Hoje na Economia 06/05/2019

Hoje na Economia 06/05/2019

Edição 2247

06/05/2019

A aversão ao risco volta a tomar conta dos mercados no dia de hoje, após a inesperada reviravolta do governo americano em relação à questão comercial com a China. O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a ameaçar a impor mais tarifas sobre os produtos da China.

No domingo, em sua conta no Twitter, Trump declarou que há dificuldades para se chegar a um acordo com Pequim, e que Washington tarifará US$ 200 bilhões em bens chineses de 10% para 25% na sexta-feira (dia 10). Trump acrescentou que mais US$ 325 bilhões em produtos da China devem ser tarifados em 25%, em breve.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, com investidores evitando ativos de risco. A procura por segurança favoreceu o iene que se valorizou ante a moeda americana. O dólar é negociado a 110,75 ienes, contra 111,11 ienes no final de sexta-feira. As bolsas de Tóquio e de Seul permaneceram fechadas por conta de feriado. Na China, onde uma delegação chinesa se prepara para viajar para os EUA para continuar as conversações sobre o conflito comercial nesta semana, mercados de ações sofreram fortes quedas. A bolsa de Xangai fechou em baixa de 5,58%, pior recuo diário desde fevereiro de 2016. Em Hong Kong, o índice Hang Seng apurou queda de 2,90%, o maior recuo desde outubro último. Em Taiwan, o índice Taiex fechou em queda de 1,80%, sua pior variação diária desde dezembro. O índice MSCI Asia Pacific recuo 1%, a maior queda em seis semanas.

As bolsas europeias iniciam o pregão desta segunda-feira com quedas acentuadas, em reação a piora nas relações comerciais entre EUA e China. No mercado de ações, o índice STOXX600 perde 1,56%, no momento. Em Paris, o CAC40 recua 2,13%; em Frankfurt, o DAX tem perda de 2,09%. Bolsa de Londres encontra-se fechada por conta de feriado. O euro é negociado a US$ 1,1194, permanecendo próximo ao valor de US$ 1,1192 de sexta-feira à tarde.

No mercado americano, o yield pago pelo T-Note de 10 anos recua 1,64%, situando-se em 2,525% ao ano. O dólar index (índice DXY) opera com leva alta, +0,07%, situando-se em 97,59 pontos, refletindo a valorização do iene e a estabilidade do euro. A forte aversão ao risco que prevalece nesta manhã deve levar a uma abertura em queda acentuada na bolsa de ações de Nova York, conforme pode se concluir do comportamento dos índices futuros de ações: Down Jones recua 1,82%; S&P 500 perde 1,77%; Nasdaq tem queda de 2,06%.

As cotações de petróleo recuam com quedas significativas, refletindo o ambiente de menor apetite ao risco, não só pela piora das relações comerciais entre China e EUA, como também pelo aumento das tensões geopolíticas com o Irã. O contrato futuro de petróleo tipo WTI, para junho, é negociado a US$ 60,95/barril, com queda de 1,61%, nesta manhã.

A forte aversão ao risco que comanda os negócios nos mercados internacionais, nesta manhã, deve afetar negativamente os ativos domésticos, apontando para provável abertura negativa para o Ibovespa, permitindo prever dólar em alta e juros futuros pressionados.

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