Hoje na Economia – 06/06/2019
Edição 2270
06/06/2019
Um otimismo cauteloso está presente nos mercados, nesta quinta-feira. Investidores se apoiam na frágil expectativa de que o afrouxamento monetário promovido pelos principais bancos centrais, capitaneados pelo Fed, poderá compensar os efeitos negativos da guerra comercial.
Na Ásia, predominou a tendência de baixa entre as principais bolsas da região, com investidor se preparando para o feriado que manterá os mercados da China, Hong Kong e Taiwan fechados amanhã. O índice MSCI Asia Pacific apurou perda de 0,2%, a maior queda na semana. Em Xangai, o índice Composto recuou 1,17%, encerrando a semana com perda acumulada de 2,4%, pesando as preocupações com o impasse nas negociações comerciais entre China e EUA. No Japão, o índice Nikkei ficou praticamente estável em Tóquio, com baixa marginal de 0,01%, pressionado pela valorização do iene frente ao dólar ao longo do pregão. A moeda americana é negociada a 108,19 ienes, recuando ante o valor de 108,39 ienes de ontem à tarde. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,26%, enquanto o Taiex cedeu 0,50% em Taiwan. Em Seul, não houve negócios devido a feriado na Coreia do Sul.
No mercado americano, os futuros dos principais índices de ações de Nova York operam em alta, ao mesmo tempo em que recuam os yields dos T-Notes. Predominam expectativas de que o Fed terá de cortar juros nos próximos meses para sustentar a economia americana diante do agravamento das tensões comerciais. O juro pago pelo T-Note de 10 anos encontra-se em 2,1019%, mantendo a inversão da curva diante das apostas de que o Fed deverá cortar a taxa básica de juros ainda este ano. Ambiente de maior liquidez favorece o mercado de ações, refletido em forte alta para os contratos futuros, nesta manhã: o futuro do Dow Jones sobe 0,27%; do S&P 500 avança 0,28%; Nasdaq tem ganho de 0,36%.
Na Europa, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, sobe 0,64%, no momento, caminhando para o quarto pregão consecutivo de valorização. Principais bolsas da região também registram ganhos expressivos: Londres +0,61%; Paris +0,59%; Frankfurt +0,72%. O euro sobe diante do dólar, sendo negociado a US$ 1,1237 de US$ 1,1224 de ontem à tarde, enquanto se aguarda pelo resultado da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Não deverá ocorrer alteração na estrutura dos juros básicos, mas se espera por uma postura mais pró-estímulo monetário por parte do presidente do BCE, Mario Draghi.
Os contratos futuros de petróleo operam em alta nesta manhã, buscando se recuperar das quedas de ontem resultante de um aumento inesperado nos estoques da commodity nos EUA. Nesta manhã, o contrato futuro do produto tipo WTI, para julho, é negociado a US$ 52,20/barril, com alta de 1,01%.
Em relação ao ambiente externo, a Bovespa pode oscilar entre os temores causados pelo aumento das tensões em torno da guerra comercial e pelo alívio diante da expectativa de queda nos juros americanos nos próximos meses. No front doméstico, as questões políticas envolvendo a reforma da previdência, cujo relatório foi adiado para a semana que vem, devem continuar pesando nas decisões dos investidores. Pode ser um dia sem direcional claro, mas com ligeiro viés para cima dado pelo desempenho positivo das bolsas internacionais, nesta manhã.