Hoje na Economia – 06/06/2023
Economia Internacional
Nos EUA, os dados de atividade divulgados ontem, em especial os associados ao setor de serviços, vieram mais baixos do que o esperado pelo mercado. O ISM de Serviços referente a maio ficou em 50,3, ante 51,9 no mês anterior e 52,4 esperado, puxado por uma queda no componente de novas encomendas. O componente de preços pagos, por outro lado, também cedeu. A leitura final do PMI de Serviços de meio sofreu ligeira revisão baixista, de 55,1 para 54,9. As encomendas à indústria subiram 0,4% M/M em abril, abaixo do esperado pelos analistas (0,8% M/M) e do dado anterior (0,6% M/M).
Na Zona do Euro, houve divulgação de dados melhores do que o esperado. A pesquisa de expectativas do consumidor mostrou queda nas expectativas de inflação, enquanto as vendas no varejo foram revisadas para cima, de -1,2% M/M para -0,4% M/M, levando a queda acumulada em 12 meses em abril para -2,6%.
Na Austrália, o Banco Central australiano (RBA) elevou sua taxa de juros em 25 pb, para 4,10%, em resposta à persistência da taxa de inflação em patamares elevados e incompatíveis com o cumprimento do regime de metas. A decisão surpreendeu o consenso de mercado, que esperava manutenção de juros.
Hoje a agenda global de dados econômicos deve permanecer esvaziada.
Economia Nacional
No âmbito local, ontem o governo federal anunciou o detalhamento de pacotes de estímulo à aquisição de veículos e de renegociação de dívidas. O pacote de incentivos à aquisição de veículos contempla descontos de R$2000 a R$8000 na compra de automóveis, que devem variar entre 1,6% e 11,6%, e terá duração de até 4 meses. A medida deve custar R$1,5 bilhões e será compensada por meio de uma antecipação parcial da reoneração (R$0,11) de tributos federais (PIS/Cofins) sobre o diesel, válida a partir de setembro deste ano. O Desenrola, programa de renegociação de dívidas para inadimplentes, deve atender famílias com renda de até 2 salários-mínimos e com dívidas de até R$5000, e pretende atender 30 milhões de pessoas. O programa contará com garantias do FGO (Fundo de Garantia de Operações).
O IGP-DI de maio registrou variação de -2,33% M/M, inferior à esperada pela mediana das projeções de mercado (-1,9% M/M) e ante -1,01% em abril. Na comparação interanual, o IGP-DI ampliou a deflação acumulada para -5,49%. Os preços ao produtor caíram 3,37% no mês, na esteira do arrefecimento das cotações de commodities agrícolas como milho e soja e de bens industriais. Os preços ao consumidor tiveram alta de 0,08% M/M, desacelerando em relação ao dado de abril (0,5% M/M). O INCC-DI avançou 0,59%, pressionado pelo aumento de 1,22% nos custos de Mão de Obra.
Para hoje, a agenda doméstica de dados econômicos ainda conta com a divulgação dos dados de produção de veículos da Anfavea em maio. No front político, os mercados aguardam a apresentação do relatório preliminar da Reforma Tributária pelo Grupo de Trabalho, que deve trazer as diretrizes principais do projeto.