Hoje na Economia – 07/08/2020
Mercados reagem com muito mau humor, nesta manhã de sexta-feira, diante de mais um capítulo na escalada de tensões entre EUA e China. Ontem, o presidente Donald Trump emitiu ordens executivas exigindo que transações dos EUA com aplicativos chineses TikTok e WeChat sejam interrompidas em 45 dias. Investidores também acompanham as negociações entre democratas e republicanos para um acordo sobre um novo pacote fiscal nos EUA em reação à crise do coronavírus.
O índice DXY, que avalia o comportamento do dólar frente a uma cesta de moedas, opera com alta significativa subindo 0,32%, voltando para um nível acima de 93 pontos. O yield da Treasury de 10 anos recua 2,76% no momento, situando-se em 0,523% ao ano. Os futuros dos índices de ações Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq operam com quedas de 0,52%, 0,55% e 0,59%, respectivamente. Investidores também estão à espera dos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA referentes a julho, que serão divulgados nesta manhã. Segundo o consenso do mercado, o relatório de emprego deve mostrar a criação de 1.500 mil novos postos de trabalho em julho, recuando ante o volume de 4.800 mil postos criados no mês anterior. A taxa de desemprego deve recuar de 11,1% em junho para 10,5% com o dado de julho.
Na Ásia, a grande maioria das bolsas da região fechou em baixa, reagindo ao aumento das tensões comerciais entre americanos e chineses. O índice regional de ações MSCI Asia registrou queda de 0,60% no pregão de hoje. Na China, o índice Xangai Composto caiu 0,96%, enquanto o Hang Seng recuou 1,60% em Hong Hong, com as ações da Tencent recuando 5,04%. Diante da elevação da temperatura nas relações sino-americanas, os bons dados sobre a balança comercial chinesa ficaram em segundo plano. As exportações chinesas subiram 7,2% em julho na comparação com igual mês de 2019, superando as estimativas do mercado (+0,1%); enquanto as importações recuaram 1,4% na mesma base de comparação (analistas projetavam alta de 1%).
As bolsas europeias também registram quedas significativas, nesta manhã, O índice intercontinental de ações, STOXX600, opera com queda de 0,48%, no momento. Em Londres o FTSE100 recua 0,41%; o CAC40 se desvaloriza 0,75% em Paris; o DAX registra queda de 0,42% em Frankfurt. O euro é cotado a US$ 1,1824, se desvalorizando 0,45%. Ficou em segundo plano a divulgação da produção industrial da Alemanha, que subiu 8,9% em junho ante maio, superando as expectativas dos analistas que previam acréscimo de 7,8% no período.
As cotações das commodities em geral recuam diante desse quadro de aumento das tensões entre americanos e chineses. O índice geral de commodity Bloomberg recua 0,31% no momento. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 41,59/barril, com queda de 0,88%.
Os ativos domésticos devem sofrer nesta sexta-feira, em linha com o ambiente pouco convidativo ao risco. Além de acusar os desdobramentos das rusgas comerciais entre americanos e chineses, os investidores acompanharão a divulgação do relatório de emprego dos EUA, que também deve influir na tendência para hoje. No mercado de DIs, a divulgação da inflação oficial de julho poderá alimentar as apostas sobre as possibilidades de cortes adicionais da Selic no atual ciclo de afrouxamento monetário. O IBGE divulga às 9h o IPCA de julho que deverá mostra alta de 0,35%, acumulando inflação de 2,31% nos últimos doze meses.