Hoje na Economia – 08/12/2020
Mercados financeiros globais seguem em queda na terça-feira, com preocupações em relação ao aumento de casos de Covid-19 em diversos países e demora para acordos políticos relativos a estímulos fiscais nos EUA e negociação sobre o Brexit na Europa diminuindo o otimismo das últimas semanas.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda. O índice regional MSCI Asia Pacific teve recuo de -0,2%, com quedas de -0,30% no Nikkei225 de Tóquio, -0,76% no Hang Seng de Hong Kong, -0,19% na bolsa de Xangai e -1,62% no KOSPI da Coreia do Sul. O PIB japonês do 3º trimestre foi revisto para cima, de 5,0% T/T para 5,3% T/T, e o primeiro ministro anunciou mais um pacote de estímulo fiscal, de US$ 700 bi, mas os mercados ainda assim ficaram frustrados. O iene está se valorizando levemente contra o dólar, +0,02%, cotado a ¥/US$ 104,04.
Na Europa as bolsas operam em contração também, com quedas de -0,19% no índice pan-europeu STOXX600, -0,40% no FTSE100 de Londres, -0,45% no CAC40 de Paris e -0,18% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,07%, cotado a US$/€ 1,2117, enquanto a libra se deprecia -0,19%, cotada a US$/£ 1,3355. O desempenho pior da libra está relacionado à perspectiva de que os líderes do Reino Unido e da União Europeia não cheguem a um acordo sobre a saída ordenada do Reino Unido da União Europeia, levando ao que é chamado de hard Brexit. O índice ZEW da Alemanha veio melhor que esperado na parte de expectativas (55,0 contra 46,0), porém ligeiramente pior na parte de situação atual (-66,5 contra -66,0). Na Zona do Euro, o índice ZEW de expectativas está um pouco abaixo do dado da Alemanha (54,4), enquanto o PIB do 3º trimestre foi revisto para baixo, de 12,6% T/T para 12,5% T/T.
No mercado americano, os índices futuros das bolsas de Nova York estão em queda: de -0,30% no Dow Jones, -0,37% no S&P500 e -0,05% no NASDAQ. Os juros futuros estão subindo ligeiramente, 1 pb no caso da Treasury de 10 anos, para 0,93% a.a.. O dólar está basicamente estável diante de outras moedas, com o índice DXY subindo 0,02%, mas muito devido ao desempenho da libra. Hoje não é esperado nenhum dado econômico importante. As conversas no Congresso americano acerca de estímulo fiscal parecem ter parado de novo, devido à posição do líder do Partido Republicano no Senado sobre certos pontos, como pagamento de seguro de Covid-19.
Os preços de commodities operam sem direção única no momento. O índice geral da Bloomberg tem queda de -0,25%, afetado em especial pelo recuo de -0,22% no preço do petróleo tipo WTI, cotado a US$ 45,66/barril. Há quedas também de -0,65% no cobre e -0,47% na soja. Por outro lado, o níquel avança 0,49% e o minério de ferro atingiu preço recorde, subindo 1,49% hoje.
No Brasil, algumas partes do texto vazado da PEC emergencial ontem não foram bem recebidas pelo mercado por parecer dar brecha para furar o teto de gastos. Entretanto, o relator da PEC, senador Márcio Bittar (MDB-AC), negou que seu relatório contenha esses trechos. Hoje sai o IPC-S da 1ª semana de dezembro, com expectativa de aumento de 0,94% para 1,07%. O IPCA de novembro também será divulgado, com a mediana de projeções indicando pouca desaceleração, de 0,86% M/M para 0,78% M/M. Os juros futuros podem cair hoje e o real se valorizar, após o esclarecimento sobre a PEC emergencial, mas os primeiros também reagirão ao IPCA. O Ibovespa deve subir, mesmo com queda nas bolsas globais, devido ao bom desempenho de certas commodities e perspectiva melhor do cenário doméstico.