Hoje na Economia – 09/03/2022

Hoje na Economia – 09/03/2022

Os investidores se lançam aos negócios, nesta quarta-feira, à procura de pechinchas, pressupondo que boa parte das sanções impostas à Rússia pelo Ocidente já está contabilizada nos preços dos ativos. As principais bolsas internacionais operam em alta, com investidor mais propenso ao risco, buscando recuperar parte das perdas recentes.

Na Ásia, repercutiu fundo a decisão dos EUA de suspender as compras de petróleo da Rússia, impulsionando ainda mais os preços da commodity, em mais uma sanção pela invasão da Ucrânia. As bolsas da região fecharam majoritariamente em baixa. O índice MSCI Asia Pacific flutuou entre altos e baixos, mas fechou a sessão exibindo valorização de 0,3%. No Japão, o índice Nikkei caiu 0,30% em Tóquio, enquanto o Hang Seng perdeu 0,67% em Hong Kong. Na China, os dados de inflação divulgados hoje mostram um quadro de certa tranquilidade, se comparado a maioria das economias avançadas. A taxa anual da inflação ao produtor (PPI) desacelerou de 9,1% em janeiro para 8,8% em fevereiro, enquanto a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) ficou inalterada de um mês para outro, em 0,9%. Esses dados ficaram em segundo plano, prevalecendo as preocupações geopolíticas. O índice Xangai Composto teve queda de 1,13%, no pregão de hoje. Na Coreia do Sul, a bolsa de Seul permaneceu fechada, enquanto em Taiwan, o Taiex subiu 1,13%.

Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem altas firmes, sugerindo que os mercados à vista tentarão se recuperar das perdas recentes. A percepção de que a escalada de sanções contra a Rússia já está precificada pelo mercado estimula a busca por ações, consideradas baratas após as fortes quedas dos últimos pregões. O índice futuro do Dow Jones sobe 1,34%; o S&P 500 avança 1,68% e o Nasdaq valoriza 1,73%. No mercado de títulos, a melhora do apetite ao risco levou ao aumento de três pontos base na remuneração do T-Bond de 10 anos, que se encontra em 1,88% ao ano, no momento. O dólar recua frente às principais moedas pela primeira vez nos últimos cinco dias. O índice DXY encontra-se em 98,61 pontos, com queda de 0,46%. O euro é cotado a US$ 1,0968/€, valorizando 0,63%, enquanto a libra vale US$ 1,3149/£, apreciando 0,36%.

Na Europa, as bolsas locais operam em forte alta, acompanhando o tom positivo dos índices futuros das bolsas de Nova York, enquanto os investidores não só acompanham os eventos em torno da guerra Rússia e Ucrânia, como ficam à espera da reunião de política monetária do Banco Central Europeu, amanhã. O índice STOXX600 registra alta de 3,24%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 1,98%; o CAC40 avança 4,56% em Paris e em Frankfurt, o DAX valoriza 4,86%.

Os contratos futuros de petróleo recuam nesta manhã, realizando lucros após os ganhos decorrentes da decisão dos EUA de suspender as importações de petróleo e gás natural russo. O Reino Unido deve acompanhar a decisão até o final do ano, enquanto a Europa deve lançar planos para ficar independente dos combustíveis russos até 2030. O contrato futuro do petróleo, tipo WTI, para abril é negociado a US$ 122,30/barril, recuando -1,05%.

Na agenda econômica doméstica, o IBGE divulga a produção industrial de janeiro, que deve ter recuado 1,9% m/m, caindo 6,3% em relação a igual mês do ano anterior, segundo o consenso do mercado. Essa queda deve refletir, principalmente, a escassez de componentes eletrônicos, prejudicando a produção do setor de bens duráveis. Na esfera política, o Senado deve votar o PLP11, que muda a cobrança do ICMS sobre gasolina e permite a desoneração do PIS/Cofins sobre o preço do diesel e gás. No mercado financeiro, o Ibovespa deve abrir em alta acompanhando os futuros de Nova York; o real deve se apreciar e os juros futuros devem operar em ligeira queda.

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