Hoje na Economia – 11/03/2020
Mercados financeiros têm desempenho misto na quarta-feira, com frustração com falta de detalhes no anúncio de planos fiscais para combater a crise nos EUA e otimismo na Europa com os anúncios feitos até agora.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda. O índice MSCI Asia Pacific caiu -0,5%, com recuos de -2,27% no índice Nikkei225 do Japão e -0,94% na bolsa de Xangai da China. O iene está se valorizando 0,92% contra o dólar, cotado a ¥/US$ 104,68. O yuan da China também está se valorizando, 0,11%, cotado a 6,9495. Dados de crédito da China foram divulgados, vindo abaixo do esperado em fevereiro mesmo com as medidas adotadas pelo governo para estimulá-lo e amainar a crise causada pelo Covid-19.
Na Europa, as bolsas operam em recuperação. Governos da Alemanha e da Itália anunciaram pacotes fiscais maiores para combater a crise, enquanto o Banco da Inglaterra (BoE) reduziu a taxa de juros em 50 pb em reunião emergencial, para 0,25%. O BoE também anunciou que deve estimular empréstimos para pequenas e médias empresas, mas não anunciou mudanças no tamanho do QE. O índice pan-europeu de ações STOXX600 sobe 0,57%, com avanços de 0,39% no FTSE100 de Londres, 1,01% no CAC40 de Paris e 0,64% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando 0,46% contra o dólar, cotado a 1,1333.
As expectativas sobre o pacote de ajuda anunciado pelo presidente americano Donald Trump ontem frustraram o mercado. O índice futuro do S&P500 cai -2,71% agora. Os juros futuros caem, com a Treasury de 10 anos tendo yield 10 bps menor, a 0,7035% a.a.. O dólar está se desvalorizando diante de outras moedas desenvolvidas, com o índice DXY recuando -0,29%. Hoje devem sair dados de inflação nos EUA, que deve ter recuado na margem na comparação A/A, mas com pouco impacto nos mercados.
Os preços de commodities operam em queda, de -0,50% no índice geral da Bloomberg. O preço do barril de petróleo WTI cai -3,06% hoje, com o anúncio de que o aumento da produção da Aramco (companhia de petróleo da Arábia Saudita) é maior que o inicialmente esperado.
No Brasil, o IPCA de fevereiro ficou em 0,25% M/M, próximo da projeção da SulAmérica Investimentos (0,22%) e acima da mediana das expectativas (0,22%). A bolsa brasileira pode cair hoje, acompanhando mercados em que o governo não anunciou medidas efetivas de estímulo à economia. Ontem o ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou a aprovação de reformas no Congresso como medidas de combate à crise. O real deve se desvalorizar levemente diante do dólar, acompanhando outros mercados emergentes, mas com as intervenções do BC evitando movimentos maiores de depreciação. Os juros futuros, por sua vez, devem cair acompanhando a queda dos juros no mundo e expectativas de maior estímulo monetário na ausência de fiscal.