Hoje na Economia – 11/08/2020
Mercados financeiros ao redor do mundo operam em alta significativa hoje, com o MSCI global voltando a ter variação positiva em relação ao começo do ano. O presidente dos EUA, Donald Trump, contempla alterar a regra de taxação de ganhos de capital para indexá-los à inflação, efetivamente reduzindo essa tributação.
Na Ásia, as bolsas fecharam em alta. O índice MSCI Asia Pacific subiu 1,2%, com altas de 1,88% no Nikkei225 de Tóquio, 2,11% no Hang Seng de Hong Kong, porém queda de -0,91% no CSI300 de Xangai. A queda nas ações chinesas está relacionada aos dados piores que esperado de crédito em julho, com novos empréstimos em 992,7 bilhões de yuan, contra expectativa de 1,2 trilhão. O iene está se depreciando diante do dólar, -0,14%, sendo negociado a ¥/US$ 106,11, devido ao menor cenário de aversão ao risco.
Na Europa todas as bolsas estão em alta hoje: +3,02% no índice pan-europeu STOXX600, +2,39% no FTSE100 de Londres, +2,62% no CAC40 de Paris e +2,58% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando consideravelmente diante do dólar, +0,48%, cotado a US$/€ 1,1794. Essa alta ocorre mesmo com dados mistos sobre atividade na Europa. O índice ZEW mostrou alta acima do esperado nas expectativas (71,5 contra 55,8 de mediana de projeções), porém mostrou queda no índice de situação atual (de -80,9 para -81,3), ficando além disso abaixo do esperado (-69,5). A taxa de desemprego no Reino Unido ficou menor que esperada, 3,9% contra 4,2%, devido á menor destruição de empregos (-220 mil contra expectativa de -300 mil).
Nos EUA os índices futuros de ações operam em alta: de +0,99% no Dow Jones, +0,63% no S&P500 e +0,50% no NASDAQ. O dólar está perdendo valor diante da maior parte das moedas (a exceção é o iene), com o índice DXY recuando -0,36%. Os juros futuros sobem 0,02 pb, para 0,60% a.a. no caso da Treasury de 10 anos. Hoje sairá o dado de inflação ao produtor, que deve subir ligeiramente no núcleo, de -0,1% A/A para +0,1% A/A.
Os preços de commodities operam sem direção única hoje. O índice geral da Bloomberg recua -0,33%, porém o que contribui para isso é a forte queda nos metais preciosos (-2,10% no ouro e -3,23% na prata). O níquel também cai -0,31%. Por outro lado, há forte alta no cobre (+1,40%) e no preço do petróleo tipo WTI (+1,45%), esse último cotado a US$ 42,55/barril.
No Brasil, o IPC-FIPE da 1ª semana ficou ligeiramente abaixo do esperado (0,28% contra 0,30%). O movimento externo de diminuição de aversão ao risco deve fazer a bolsa brasileira subir e o real se valorizar. Os receios em relação a mudanças no teto de gastos no Congresso ainda persistem, apesar das declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e de um dos membros do TCU negando que isso seja aprovado, uma vez que ainda há notícias de jornais indicando que há apoio entre alguns ministros e membros do Congresso para estender o estado de calamidade até 2021. A ata do Copom foi divulgada, na qual o comitê indica que novas reduções da taxa de juros poderiam ser temporalmente espaçadas, aumentando as apostas de um corte de 25 pb a cada duas reuniões. O Copom também disse que seu forward guidance contido no comunicado tinha como objetivo afetar a parte intermediária da curva de juros. Hoje, os juros futuros devem recuar, com a possibilidade de mais um corte de juros em 2020 (mesmo que intercalado com manutenção nas outras reuniões) e com o Copom sendo explícito com o desejo de que a parte intermediária da curva caia. Entretanto, a parte longa ainda pode subir, com as incertezas fiscais.