Hoje na Economia – 12/03/2020

Hoje na Economia – 12/03/2020

Mais um dia de forte aversão ao risco prevalece nos mercados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de coronavírus. O presidente Donald Trump, num esforço de conter o alastramento do coronavírus nos EUA, suspendeu todas as viagens da Europa para o país por um período de 30 dias, com exceção feita ao Reino Unido.

A busca por porto seguro levou a um rali nas Treasuries, colocando os rendimentos desses papeis para as proximidades de mínimas históricas. O juro pago pelo T-Note de 2 anos recuou para 0,3839%; do T-Note de 10 anos desceu para 0,709%; do T-Note de 30 anos caiu para 1,244%. O mercado precifica um corte de 75 pontos-base nas taxas básicas de juros americanas, na reunião de política monetária do Fed, na próxima quarta-feira. Mesmo com esse estímulo, dificilmente impedirá que a economia apresente crescimento do PIB e inflação ao consumidor negativos no segundo trimestre, segundo os analistas de mercado. No momento, os futuros de ações da bolsa de Nova York apontam para mais um dia de pesadas perdas: o indicie futuro do Dow Jones recua 5,25%; do S&P 500 perde 4,96%; Nasdaq tem queda de 5,03%.

As bolsas europeias começaram o pregão desta quinta-feira com pesadas perdas. O índice pan-europeu de ações STOXX600 recua 5,69% nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 perde 5,22%; o CAC40 cai 5,57% em Paris; o DAX se desvaloriza 5,64% em Frankfurt. Hoje ocorre a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Os investidores esperam que o BCE tome uma série de medidas de estímulo, em reação ao coronavírus. O euro é cotado a US$ 1,1242, recuando ante o valor de US$ 1,1260 de ontem à tarde.

As bolsas da Ásia fecharam em forte queda, no pregão de hoje. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific iniciou os negócios em baixa significativa, reduzindo as perdas ao longo do pregão, fechando com queda de 3,42%. No Japão, o Nikkei apurou perda de 4,41% em Tóquio, recuando para o menor patamar desde abril de 2017. A moeda japonesa continuou se valorizando, refletindo a busca por segurança em um ambiente de aversão ao risco. No momento, o dólar é cotado a 103,80 ienes, de 104,44 ienes de ontem à tarde. Em Hong Kong, o índice de ações Hang Seng caiu 3,66%; o sul-coreano Kospi recuou 3,87% em Seul; em Taiwan, o Taiex registrou queda de 4,33%. Na China, as perdas foram menores, contidas pelo anúncio de novos estímulos governamentais. Pequim deverá reduzir os compulsórios bancários mais uma vez. Economistas da Nomura preveem que o compulsório será reduzido em 50 pontos-base para os seis maiores bancos da China e em 100 pontos-base para bancos menores. O índice Xangai Composto teve baixa de 1,52%, no dia de hoje.

Os contratos futuros de petróleo permanecem em queda. O futuro do petróleo WTI para abril é negociado a US$ 31,41/barril, com queda de 4,79%, no momento.

O mundo enfrenta mais um dia de aversão ao risco, por conta dos efeitos da disseminação do coronavírus sobre a economia mundial. Projeções de recuo do PIB nas principais economias do mundo começam a ganhar força. No Brasil, além do choque externo que deverá manter a Bovespa no negativo, há motivos domésticos para intensificar o quadro depressivo. Persiste o clima de confrontação entre o Congresso e o governo, ameaçando não só a aprovação das reformas, como também o ajuste fiscal em curso.

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