Hoje na Economia – 12/05/2020
Mercados financeiros seguem sem direção única na terça-feira, com as preocupações com o aumento de infecções por Covid-19 nos países que relaxaram as medidas de distanciamento social (Coreia do Sul, China, Alemanha) e temor por recrudescimento da guerra comercial (com o governo dos EUA barrando certos fundos de pensão de comprarem ações de companhias chinesas) sendo compensado pelo início da operação do Fed de suporte a ETFs que comprem títulos corporativos americanos.
As bolsas de ações da Ásia fecharam em sua maioria em queda, com o índice regional de ações MSCI Asia Pacific recuando -0,60%. Houve recuo de -0,12% no índice Nikkei225 do Japão, -0,11% na bolsa de Xangai na China, -1,45% no índice Hang Seng de Hong Kong e -0,60% no SENSEX da Índia. Dados de inflação na China foram divulgados, tendo vindo menor que o esperado. A inflação ao produtor ficou em -3,1% A/A em abril (contra expectativa de -2,5%) e ao consumidor ficou em +3,3% A/A (contra expectativa de 3,7%). Nos dois casos houve redução em relação ao mês passado (-1,5% e 4,3%, respectivamente). O iene está se valorizando contra o dólar, +0,20%, cotado a ¥/US$ 107,45.
Na Europa, as bolsas operam sem direção única. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 0,23%, com avanço de 0,68% no FTSE100 de Londres e +0,01% no DAX de Frankfurt. Há queda de -0,33% no CAC40 de Paris. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,24%, cotado a US$/€ 1,0833.
Nos EUA, os índices futuros de ações operam próximos da estabilidade, com alta de 0,13% no caso do S&P500. O dólar está perdendo valor contra outras moedas hoje, com o índice DXY recuando -0,16%. Os juros futuros americanos sobem um pouco, com a Treasury de 10 anos pagando 0,72% a.a., contra 0,71% a.a. ontem. Hoje serão divulgados dados de inflação ao consumidor de abril, que devem ter seguido em deflação na comparação M/M, em especial no índice cheio com queda de preços de combustíveis. Hoje diversos membros do Fomc (Bullard, Mester, Harker) fazem discursos.
Os preços de commodities operam em sua maioria em alta pela manhã, com o índice geral da Bloomberg subindo 0,32%. Há avanço em especial no preço de petróleo, com o barril tipo WTI cotado a US$ 25,14, uma alta de 4,18%. Por outro lado há leves recuos nos preços de commodities metálicas, com quedas de -0,32% no cobre e -0,11% no ferro.
Por aqui, o veto do presidente Bolsonaro à versão aprovada pelo Congresso do congelamento de salários dos servidores deve ser o foco de atenção dos investidores. Esse veto deve sair hoje ou amanhã, e deve atender aos pedidos da área econômica, porém há o receio de o veto ser derrubado pelo Congresso. O IPC-FIPE da 1ª semana de maio já saiu e ficou abaixo do esperado (-0,40% contra expectativa de -0,31%). O IGP-M 1º decêndio deve mostrar deflação de -0,04% enquanto a pesquisa mensal de serviços de março deve ter recuo de -2,1% A/A, sendo o dado mais importante do dia. O real deve se valorizar hoje diante do dólar, acompanhando movimento global, mas o movimento pode ser restrito pelo dado de serviços, que pode fazer os juros futuros caírem. A bolsa brasileira deve subir ligeiramente hoje, recuperando-se parcialmente da forte queda de ontem, mas ainda com preocupações em relação à situação fiscal brasileira.