Hoje na Economia – 13/02/2020
A instabilidade volta a tomar conta dos mercados internacionais, fomentada por um cenário pleno de incertezas em relação à evolução da epidemia causada pelo coronavírus. Uma revisão na metodologia para se detectar casos afetados, realizada ontem, levou a província de Hubei, epicentro do novo coronavírus na China, a relatar forte aumento no número de novos casos locais. O governo da China informou que o novo vírus causou mais de 254 mortes e teve 15.152 novos casos registrados no país ontem. O número diário deu um salto em relação à média dos dias anteriores, com a nova metodologia adotada. Desde o início do surto, o número de óbitos soma 1.367, com 59.804 casos confirmados.
Ao longo da madrugada, as bolsas asiáticas flutuaram entre ganhos e perdas. O indicador regional de ações, MSCI Asia Pacific, fechou com alta discreta de 0,09%, com destaque para as quedas das ações relacionadas a bancos e setor de manufaturas. Na China, o índice Xangai Composto caiu 0,71% no pregão de hoje, após sete pregões consecutivos de ganhos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 0,34%; o sul-coreano Kospi perdeu 0,24%; em Taiwan, o Taiex teve valorização de 0,15%. No Japão, o índice Nikkei teve baixa moderada de 0,14% em Tóquio. O dólar é cotado a 109,73 ienes, recuando ante o valor de 110,08 ienes de ontem à tarde, refletindo o ambiente de maior risco, nesta manhã.
As bolsas europeias operam em baixa, refletindo os temores em relação à disseminação do coronavírus, mas também devido a divulgação de resultados corporativos decepcionantes (Airbus; Credit Suisse; Barclays). No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com baixa de 0,58%; em Londres, o FTSE100 perde 1,11%; o CAC40 recua 0,46% em Paris; em Frankfurt, o DAX tem queda de 0,61%. O euro é negociado a US$ 1,0882, com ligeira alta diante da cotação de US$ 1,0873 de ontem à tarde.
Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa e os juros dos Treasuries também recuam, refletindo o aumento da procura por segurança, diante das incertezas geradas pelos novos números de casos infectados divulgados na China. Os investidores também estão de olho na agenda econômica, que prevê a divulgação da inflação ao consumidor de janeiro. Segundo as projeções, o índice cheio (PCI) deve mostrar alta anual de 2,4%, enquanto o seu núcleo (Core PCI) deve ter subido 2,2% nos doze meses até janeiro. No momento, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos situa-se em 1,5831%, com queda de 2,94%. O índice futuro do Dow Jones recua 0,70%; S&P 500 tem queda de 0,75%; Nasdaq perde 0,92%.
Os futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã, revertendo parte dos ganhos dos dias anteriores. O contrato futuro para o produto WTI, para março, apresenta queda 0,76%, no momento, sendo negociado a US$ 50,77/barril.
A forte queda dos futuros americanos nesta manhã, o recuo dos preços das commodities e do petróleo compõem um quadro desfavorável para a Bovespa, nesta quinta-feira. No mercado de câmbio, a declaração do ministro da economia, Paulo Guedes, de que o valor do dólar acima de R$ 4,00 e juros em 4% “é o novo normal” da economia brasileira deve dar fôlego adicional à trajetória de alta da divisa americana, neste dia de baixo apetite ao risco.