Hoje na Economia 14/05/2019
Edição 2253
14/05/2019
Mercados globais buscam recuperar perdas recentes, enquanto avaliam os últimos acontecimentos envolvendo o conflito comercial entre EUA e China, após a surpresa do governo Donald Trump, que impôs tarifas adicionais sobre produtos chineses, obtendo pronta resposta de Pequim, que retaliou elevando tarifas sobre importações de produtos americanos. Ontem no final da tarde, o governo americano anunciou intenção de impor tarifas de 25% sobre mais US$ 300 bilhões em produtos chineses, para decisão no final de junho, que coincidirá com o encontro de Trump e Xi Jinping.
Na Ásia, a cautela diante das tensões comerciais entre Washington e Pequim levou a nova rodada de perdas para as bolsas da região. O índice regional MSCI Asia Pacific caiu 0,9%, nesta terça-feira. Na China, a bolsa de Xangai fechou em queda de 0,69%. Em Hong Kong, na volta de feriado, o índice Hang Seng registrou baixa de 1,50%, na mínima em três meses. Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei terminou a sessão em queda de 0,59%, em sua sétima baixa seguida. No mercado de câmbio, o dólar é cotado a 109,70 ienes, subindo em relação ao valor de 109,23 ienes de ontem à tarde. Na Coreia do Sul, o índice Kospi foi na contramão da maioria e subiu 0,14%, após ter recuado em cinco das seis sessões anteriores. Em Taiwan, o índice Taiex teve perda de 0,37%.
Na Europa, investidores ignoraram o movimento de baixa ocorrido nos mercados asiáticos, abrindo em alta, muito embora o tom entre os investidores continua ser de cautela com as questões comerciais entre EUA e China. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 sobe 0,59%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 avança 0,85%; o CAC40 opera em alta de 0,93% em Paris; o DAX tem ganho de 0,42% em Frankfurt. O euro é negociado a US$ 1,1238, subindo em relação a US$ 1,1224 de ontem à tarde. Foi divulgada a produção industrial da zona do euro, que recuou 0,3% em março ante fevereiro e teve baixa de 0,6% na comparação anual, vindo em linha com as projeções dos analistas.
Mercado americano acompanha as bolsas europeias, devendo abrir em alta, como se deduz da valorização apresentada pelos principais índices futuros de ações da bolsa de Nova York. O futuro do Dow Jones opera com ganho de 0,55%; do S&P 500 avança 0,67%; o Nasdaq sobe 0,89%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos encontra-se em 2,41% ao ano, recuando ante a variação de 2,423%, observada ontem pela manhã. O índice DXY mostra discreta variação (+0,01%), refletindo a estabilidade da moeda americana diante de uma cesta de moedas fortes.
No mercado de petróleo, as cotações também se mostram voláteis, com investidores influenciados pela cautela com as tensões comerciais entre EUA e China. O contrato futuro do produto tipo WTI para junho recua 0,16%, a US$ 60,92 o barril, nesta manhã.
Ambiente externo adverso em decorrência da guerra comercial e, internamente, quebra dos sigilos fiscal e bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente, e denúncias contra o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), no âmbito da Lava Jato, devem manter um ambiente pouco propício ao risco. A Bovespa pode ignorar esse ambiente, acompanhando o movimento de alta dos futuros americanos e bolsas europeias, buscando recuperar parte das perdas dos últimos dias. O câmbio e juros devem acompanhar o movimento de aversão ao risco que toma conta da economia brasileira nesta terça-feira.