Hoje na Economia – 14/08/2020
O impasse nas negociações nos EUA, entre republicanos e democratas, em torno de um novo pacote fiscal em reação à crise do coronavírus e dados de atividade mais fracos na China colocam os investidores na defensiva, deixando os mercados sem referencial claro, nesta manhã de sexta-feira.
Nos mercados acionários da Ásia, os baixos prevaleceram com maior frequência do que os momentos de altas. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de 0,10%. Na China, as bolsas fecharam no azul graças aos fluxos estrangeiros. O índice Composto de Xangai subiu 1,19%. Os dados econômicos divulgados mostram que a atividade da segunda maior economia do mundo continua se recuperando do impacto do covid-19, mas em ritmo mais contido. Em julho, a produção industrial chinesa teve expansão de 4,8% A/A, ficando abaixo dos 5,0% projetados pelos analistas. As vendas no varejo caíram 1,1% no mês passado na mesma métrica, após recuarem 1,8% em junho. Projetava-se estabilidade para as vendas em julho. Os investimentos chineses em ativos fixos, por sua vez, sofreram queda anual de 1,6% entre janeiro e julho. Os analistas previam queda de 1,8% no período. No Japão, o índice Nikkei teve alta discreta de 0,17%, graças ao desempenho das ações farmacêuticas e de seguros, mas o sul-coreano Kospi caiu 1,23% em Seul, interrompendo uma sequência de nove pregões de ganhos. Já em Taiwan, o Taiex teve valorização de 0,25%. O dólar é negociado a 106,69 ienes, contra 106,94 ienes de ontem à tarde.
Na Europa, mercados de ações operam no vermelho com os temores sobre uma segunda onda de infecções na região voltando a pesar sobre as decisões dos investidores. O Reino Unido impôs quarentena de 14 dias a todos viajantes oriundos da França, Holanda e Malta. Grécia, Espanha e Alemanha também registram alta nos números de novos infectados. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 1,92%. Em Londres, o FTSE100 recua 2,39%; o CAC40 cai 2,38% em Paris; em Frankfurt, o DAX se desvaloriza 1,44%. O euro é negociado a US$ 1,1796, mantendo a trajetória de ganhos frente à moeda americano dos últimos oito dias.
No mercado americano, as principais bolsas de ações de Nova York devem abrir em baixa, nesta sexta-feira, conforme indica o mercado futuro de ações. No momento, o índice futuro do Dow Jones registra perda de 0,64%; S&P 500 cai 0,36%; Nasdaq recua 0,15%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua três pontos base, situando-se em 0,69%. O índice DXY do dólar opera estável, no patamar de 93,25 pontos, enquanto se espera por dados que confirmem o bom ritmo de recuperação da atividade econômica americana. Serão divulgadas as vendas no varejo e a produção industrial, ambos de julho, que devem mostrar expansão de 2,1% e 3,0%, respectivamente, na comparação mensal.
Os contratos futuros de petróleo operam em baixa, nesta manhã, refletindo os dados chineses, que mostraram que a economia permanece evoluindo, mas em um ritmo mais moderado. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para setembro, é negociado a US$ 41,94/barril, com queda de 0,73%.
No mercado doméstico, os ruídos políticos devem se somar ao mau humor externo, permitindo antever um dia não muito propício aos ativos de forma geral. A Bovespa deve abrir em baixa acompanhando os futuros de ações de Nova York, enquanto os investidores avaliam as palavras do presidente Bolsonaro ditas ontem, dúbias quanto à defesa do teto dos gastos. O dólar deve abrir em alta, enquanto os juros futuros devem subir acompanhando os temores quanto à trajetória fiscal prospectiva.