Hoje na Economia – 14/12/2023
Cenário Internacional
Ontem, o FOMC manteve o intervalo das Fed Funds Rates estável em 5,25%-5,50%, conforme amplamente esperado pelos mercados. O comunicado referente à decisão trouxe poucas alterações em relação à versão da reunião anterior, mas reforçou a perda de ímpeto da atividade econômica no início do 4º trimestre deste ano, que mostra sinais de desaquecimento em comparação ao período anterior, e da desaceleração da inflação nos últimos meses. O comunicado também trouxe revisões baixistas das projeções de inflação e do patamar de juros esperado pelos membros do comitê ao longo do horizonte relevante, o que foi percebido como dovish pelos mercados ao elevar a possibilidade de antecipação do ciclo de flexibilização de juros.
Nesta manhã, também houve decisões de política monetária na Europa – destaques da agenda global, hoje. O Banco da Inglaterra (BoE) manteve a taxa básica de juros em 5,25%, conforme esperado, enquanto o Banco Central Europeu (ECB) também manteve suas taxas referenciais estáveis nesta reunião, e revisou para baixo a expectativa para a inflação para 2024, para 2,7%.
Cenário Brasil
No âmbito local, o COPOM não surpreendeu e cortou a meta para a taxa Selic em 50 pb, de 12,25% para 11,75%, em linha com o esperado pela SulAmérica Investimentos e com a ampla expectativa de mercado. No comunicado, o comitê reconheceu a melhora observada no ambiente externo, classificado como menos adverso, mas ainda volátil, o que segue demandando cautela. O comitê também reforçou a continuidade do processo de desinflação, em especial das métricas subjacentes, de modo que as projeções de inflação do comitê caíram de 4,7% para 4,6% em 2023, de 3,6% para 3,5% em 2024 e permaneceram estáveis em 3,2% para 2025. Quanto à sinalização, o comunicado manteve a indicação de que enxerga em unanimidade o ritmo de 50 pb como adequado para a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário nas próximas reuniões, o que pode enfraquecer o debate associado a uma eventual aceleração do ritmo de cortes no curto prazo. Vale o destaque de que a ata da reunião, a ser divulgada na semana que vem, pode trazer alguma suavização na comunicação.
As vendas no varejo referentes a outubro, que foram divulgadas nesta manhã, frustraram as expectativas dos analistas e vieram mais fracas do que o esperado. O setor varejista restrito recuou -0,3% M/M, compatível com ligeira alta de 0,2% na comparação interanual e inferior à projeção mediana de mercado de 0,4% M/M. O setor varejista ampliado também registrou retração neste mês (-0,4% M/M), abaixo do esperado (0,3% M/M).