Hoje na Economia – 15/02/2022
Os mercados voltaram a operar em alta, nesta manhã, após indicações de arrefecimento das tensões entre Rússia e Ucrânia. A possibilidade de um acordo entre os dois países, que possa evitar um conflito armado, alimenta o apetite ao risco dos investidores, favorecendo as bolsas europeias e os futuros americanos.
Na Ásia, os mercados de ações permaneceram em baixa pelo terceiro dia consecutivo, ainda pressionados pelas tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia. O índice MSCI Asia Pacific, começou o pregão em forte queda, que foram amenizadas, fechando a sessão com perda de 0,3%. No Japão, o índice Nikkei registrou perda de 0,79% em Tóquio, enquanto o Hang Seng perdeu 0,82% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi caiu 1,03% em Seul, enquanto o Taiex recuou 0,25% em Taiwan. Na China, novas medidas adotadas pelo banco central (PBoC) para dar suporte ao crescimento econômico motivaram os investidores. O índice Xangai Composto contabilizou ganho de 0,50% no pregão de hoje.
As bolsas europeias, que iniciaram o pregão com forte queda, reverteram a tendência após notícias de que a Rússia iniciou a retirada de tropas da fronteira com a Ucrânia, reduzindo o clima de tensão entre as duas nações. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta de 1,06%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,80%; o CAC40 tem alta de 1,30% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 1,40%. Os investidores devem monitorar, ao longo da manhã, a divulgação preliminar do PIB da zona euro referente ao 4T21, bem como os dados sobre inflação dos EUA.
As notícias sobre um possível entendimento entre Rússia e Ucrânia que possa evitar o conflito entre os países animaram os investidores, voltando a procurar ativos de risco, reduzindo as posições em títulos soberanos. Os juros dos treasuries voltaram a subir, nesta manhã, revertendo a queda no overnight, retomando a tendência de ontem, quando foram estimulados por comentários hawkish de dirigentes do Fed. O juro do T-Bond de 10 anos subiu cinco pontos base para 2,03% ao ano. O índice DXY do dólar recua 0,31%, nesta manhã, a 96,06 pontos, devolvendo parte dos ganhos de ontem em meio ao recrudescimento dos temores de que a Rússia invadiria a Ucrânia. O euro é negociado a US$ 1,1347/€, valorizando 0,35%; a libra é cotada a US$ 1,3554/£, subindo 0,19%. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem altas firmes, no momento, após passarem a maior parte do overnight sem definição de tendência. Assim pode se esperar, que os mercados à vista se recuperem no pregão de hoje, reduzindo as perdas acumuladas nesta semana. O índice futuro do Dow Jones sobe 0,94%; S&P avança 1,33%; Nasdaq tem alta de 1,79%. Novos indicadores sobre a economia americana serão divulgados, nesta manhã, com destaque para a inflação ao produtor (PPI) de janeiro, que poderá auxiliar na avaliação sobre a intensidade do aumento dos juros americanos.
As cotações das principais commodities, principalmente o petróleo e minério de ferro, operam em baixa. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para março é negociado a US$ 92,95/barril, recuando 2,63%, refletindo um movimento de realização de lucros após as altas recentes na esteira da crise entre Rússia e Ucrânia.
Os ativos brasileiros, principalmente o Ibovespa, devem se beneficiar da redução das tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia. A volta do apetite ao risco favorece a bolsa brasileira, ainda que pesem as quedas nas cotações do petróleo e minério de ferro. O real deve se valorizar diante do dólar. Na agenda econômica, a FGV divulga o IGP-10 de fevereiro que deve mostrar alta de 1,97%, diante de pressões firmes no atacado, tanto agrícola como industrial. Os DIs futuros curto devem reagir ao IGP-10, diante de sinais de persistência da inflação, enquanto os longos acompanharão os juros dos treasuries.