Hoje na Economia – 15/04/2020
A aversão ao risco volta a predominar no dia de hoje, com as preocupações com a saúde da economia mundial, diante da pandemia do coronavírus. Temores que foram acentuados com a revisão para baixo, pelo FMI, do crescimento mundial: de uma previsão de crescimento de 3% prevista em janeiro, a instituição projeta, agora, queda de 3,3% para a economia global em 2020.
Na Ásia, mercados fecharam majoritariamente em queda. Prevaleceram as preocupações com os efeitos da epidemia sobre a economia mundial, como também a forte queda dos preços do petróleo, nesta madrugada. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou o dia com recuo de 0,30%. Na China o banco central (PBoC) reduziu a taxa de juros de uma ano de sua linha de crédito de médio prazo, de 3,15% a 2,95%. O PBoC também injetou 100 bilhões de yuans (US$ 14,19 bilhões) em liquidez no sistema financeiro. No mercado de ações, o índice Xangai Composto apurou perda de 0,57%. No Japão, o índice Nikkei teve queda de 0,45% em Tóquio. O iene ganhou força diante da moeda americana, que é negociada nesse momento a 107,35 ienes, recuando 0,14%, no momento. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,19%, enquanto em Taiwan, o Taiex se valorizou 1,1%.
As bolsas europeias operam em baixa, nesta manhã. Investidores ponderam os impactos da epidemia do coronavírus sobre a economia, como também sobre os lucros empresariais. No momento, o índice pan-europeu de ações STOXX600 opera com recuo de 1,72%. Em Londres, o FTSE100 cai 2,21%; o CAC40 perde 1,80% em Paris; em Frankfurt, o DAX recua 1,93%. O euro é negociado a US$ 1,0931, com queda de 0,46%.
Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa e os juros dos Treasuries caem à medida que as preocupações com a perspectiva global voltam a pesar, ainda que os EUA já estejam se preparando para relaxar algumas medidas de restrições impostas em função da pandemia de coronavírus. No momento, no mercado futuro, o Dow Jones cai 1,75%; o S&P 500 recua 1,81%; Nasdaq tem queda de 1,35%. Entre as Treasuries, o rendimento da T-note de 2 anos diminuía a 0,2008%, enquanto o da T-note de 10 anos recuava para 0,6773%. A agenda econômica traz importantes indicadores, que deve mostrar os impactos do coronavírus sobre a atividade produtiva. Serão divulgadas as vendas do comércio em março, que devem ter recuado 8.0% na comparação mensal (-0,5% em fevereiro), segundo as projeções dos analistas. Será divulgada também a produção industrial do mês, que deve ter caído 4,0% m/m, após alta de 0,6% no mês anterior. O Fed de Nova York divulga o índice Empire Manufacturing, que em abril deve recuar para -35,0 de -21,5 em março.
No mercado de petróleo, as cotações voltaram a apresentar fortes quedas após a Agência Internacional de Energia (AIE) prever que a demanda pela commodity vai sofrer queda recorde de 9,3 milhões de barris por dia em 2020. Segundo a AIE, as medidas anunciada recentemente pela Opep+ e G20 não irão reequilibrar os mercados de imediato. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo WTI para maio era negociado a US$ 19,63/barril, com queda de 2,39%.
No Brasil, a FGV divulga o IGP-10 de abril, que deve acelerar a alta para 1,31% no período (0,64% em março), segundo o consenso do mercado. No âmbito político, prevalecem as negociações entre o Senado e o governo para ajustar o texto de socorro aos Estados e municípios. Também no Senado, está agendada a votação da PEC do Orçamento de Guerra, que cria um regime extraordinário fiscal e financeiro e de contratações. A bolsa brasileira deve abrir em queda, acompanhando os mercados internacionais. A tendência para o real, hoje, é a depreciação, seguindo o movimento de fortalecimento global da moeda americana.