Hoje na Economia – 15/06/2020
A semana começa com forte aversão ao risco estampada nos preços da maioria dos ativos, motivada por sinais de que o coronavírus voltou a ganhar força nos EUA e China e na esteira de indicadores chineses de atividade que decepcionaram as projeções dos analistas. Frustram, assim, as motivações que impulsionavam os mercados de risco, na semana passada, calcadas na expectativa de uma retomada mais rápida da economia mundial.
Na China, a produção industrial continuou se recuperando em maio. Investimentos em ativos fixos e as vendas no varejo permaneceram em queda, embora em ritmo mais lento. Em maio, a produção industrial teve expansão anual de 4,4%, vindo abaixo da previsão dos analistas de 5,0%. No mesmo período, as vendas no varejo caíram 2,8% ante projeção de queda de 2,0%, enquanto os investimentos em ativos fixos recuaram 6,3% entre janeiro e maio em relação a igual período do ano passado (projeções: -6,0%).
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, nesta segunda-feira. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific apurou perda de 0,20% no pregão de hoje. O índice acionário sul-coreano Kospi liderou as perdas, com um tombo de 4,76% em Seul. No Japão, o Nikkei caiu 3,47% em Tóquio. Na China, o índice Xangai Composto recuou 1,02%, enquanto O Hang Seng se desvalorizou 2,16% em Hong Kong. Em Taiwan, o Taiex registrou queda de 1,08%. No mercado de moedas, o dólar é negociado a 107,34 ienes, mantendo-se próximo ao patamar observado no final de sexta-feira.
Os temores de uma segunda onda de coronavírus também colocam os investidores europeus na defensiva. As bolsas europeias iniciaram os negócios, nesta manhã, mergulhadas no vermelho. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 1,16% no momento. Em Londres, o FTSE 100 cai 1,43%; o CAC40 perde 1,51% em Paris; em Frankfurt, o DAX tem recuo de 1,64%. O euro é negociado a US$ 1,1249, diante de US$ 1,1261 de sexta-feira à tarde.
Os índices futuros das bolsas de Nova York e os juros das Treasuries operam em forte baixa nesta manhã de segunda-feira, diante das evidências de que os EUA e a China estão vivendo uma segunda onda de coronavírus. Neste momento, no mercado futuro, o Dow Jones cai 2,38%; S&P 500 perde 1,88%; Nasdaq se desvaloriza 1,65%. A Treasury de 10 anos remunera a 0,6772%, caindo 3,72%, enquanto o T-note de 2 anos recua para 0,185% ao ano. O índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a uma cesta de moedas fortes, opera com ligeira queda, situando-se em 97,15 pontos, recuando 0,17%.
Os contratos futuros de petróleo operam em forte baixa, nesta manhã, diante dos sinais de que a pandemia voltou a ganhar força nos EUA e China, reduzindo as chances de uma recuperação mais rápida da economia mundial. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para julho é negociado a US$ 35,44/barril, com queda de 2,29%, nesta manhã.
No mercado doméstico, o ambiente também não favorece um desempenho favorável da Bovespa. Além dos temores externos diante dos sinais de uma nova onda de disseminação do coronavírus nos EUA e China, o ambiente político também não favorece. Além da tensão entre o governo Bolsonaro e o Supremo Tribunal federal (STF), confirmou-se a saída de Mansueto Almeida da Secretaria do Tesouro, um dos principais expoentes na defesa de uma política fiscal responsável, visando o equilíbrio das contas públicas e a solvência do País.