Hoje na Economia – 16/03/2022
O otimismo toma conta do sentimento dos investidores, embalados por boas notícias vindas da China, enquanto se espera pela reunião de política monetária do Fed, colocando em segundo plano as preocupações com o conflito Rússia e Ucrânia e o surto de covid-19 na China.
Na Ásia, os mercados de ações fecharam no azul após quatro sessões em queda, favorecidos pela forte valorização das ações de tecnologia, após as promessas do governo chinês de reforçar o apoio aos mercados de capitais. O vice-premiê da China, Liu He, afirmou que o governo chinês irá adotar políticas favoráveis aos mercados de capitais e tomar medidas para contornar os riscos no setor imobiliário. Ademais, China e EUA se encontram em negociações adiantadas sobre empresas chinesas com ações listadas nos EUA. Hong Kong liderou os ganhos na Ásia, com o índice Hang Seng subindo 9,08% no pregão de hoje, com destaque para a valorização dos papéis da Alibaba, que valorizaram 27,3%. Na China, o índice Xangai Composto registrou alta de 3,48%. Ambas as bolsas recuperaram parte das perdas de ontem, quando caíram diante das notícias sobre o avanço da covid-19 em várias regiões da China. No Japão, o índice Nikkei teve alta de 1,64% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi subiu 1,44% em Seul. Em Taiwan, o Taiex fechou com alta marginal de 0,09%. O índice MSCI Asia Pacific apurou ganho de 1,40%, se recuperando da queda de ontem, quando atingiu o menor nível desde agosto de 2020.
Na Europa, as principais bolsas exibem altas significativas, com destaque para a valorização das ações de tecnologia, acompanhando o movimento positivo vindo da China. Os investidores monitoram as negociações entre Rússia e Ucrânia na busca de uma solução negociada para o conflito, enquanto se aguarda pela decisão de política monetária do Fed. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta de 2,10%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 1,26%; o CAC40 valoriza 2,47% em Paris; em Frankfurt, o DAX registra ganho de 2,51%.
No mercado americano, os juros dos Treasuries operam em alta, estendendo o movimento de ontem diante da expectativa de que o Fed deverá iniciar o ajuste monetário na reunião de hoje. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe três pontos base para 2,18% ao ano. O consenso do mercado indica uma elevação de 0,25 ponto percentual nas taxas dos Fed Funds, a primeira alta desse 2018. Apostas majoritárias apontam para um total de sete altas da taxa básica de juros neste ano, mas há que se considerar os riscos ao crescimento econômico decorrentes da guerra na Ucrânia. Enquanto se aguarda pela decisão do Fed, o dólar opera em baixa (índice DXY cai 0,43%, no momento), com euro se apreciando 0,30%, cotado a US$ 1,0989/€, enquanto a libra vale US$ 1,3068/£, valorizando 0,20%. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta, acompanhando a valorização das bolsas chinesas nesta quarta-feira. O índice futuro do Dow Jones sobe 0,94%; o S&P 500 tem alta de 1,16%; Nasdaq valoriza 1,24%.
Os contratos futuros do petróleo operam em alta, revertendo parte das perdas das duas últimas sessões em meio ao noticiário sobre a guerra na Ucrânia e surtos de covid-19 na China. O contrato futuro do produto tipo WTI para abril é negociado a US$ 98,46/barril, se valorizando 2,03%, no momento.
O Ibovespa deve operar em alta, nesta quarta-feira, favorecido pelo avanço das ações de tecnologia na China, bem como pelos sinais positivos vindos das bolsas de Nova York. Os investidores estarão de olho na reunião do Fed à espera por pistas para medir o grau de aperto monetário pretendido neste ciclo. Internamente, o foco estará na reunião do Copom, que segundo o consenso do mercado, deve elevar a Selic em 100 pontos, para 11,75% ao ano. Na mesa, desafios significativos para decidir sobre os rumos da política monetária: a piora das expectativas de inflação em meio a fortes incertezas sobre a magnitude dos impactos advindo de um cenário externo muito adverso.