Hoje na Economia – 16/06/2021
Os mercados operam, no dia de hoje, com foco na reunião de política monetária do Fed (Fomc), que deve anunciar o resultado às 15hs. O Fed deve manter estável a taxa dos fed funds (entre 0% e 0,25%), bem como o atual volume de compra de ativos em US$ 120 bilhões/mês. Espera-se que o comunicado traga um tom mais “hawkish” em relação ao da reunião de março. Na reunião de hoje, o foco estará na atualização das projeções econômicas, inalteradas desde março. Diante do vigor da economia, resultando em avanço no emprego e alta da inflação, provavelmente a projeção para os fed funds deve subir, com boa parte dos membros do Fed projetando um aumento de 25 pontos base no juro básico no final de 2023. Na reunião de março, a maioria dos membros do Fomc esperava o primeiro aumento de juros apenas para 2024. Na coletiva de imprensa, Jerome Powell poderá fornecer os primeiro sinais sobre como será o processo de redução gradual das compras de ativos.
Os juros dos Treasuries de longo prazo operam estáveis, com ligeiras flutuações em torno dos níveis do fechamento de ontem. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos permanece em 1,49% ao ano. O dólar mostra leve baixa frente às principais moedas parceiras. O índice DXY do dólar recua -0,05%, situando-se em 90,49 pontos. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem direção única, mostrando variações modestas. O futuro do Dow Jones recua -0,12% no momento; o S&P 500 cai -0,02%; Nasdaq sobe 0,11%.
Na Ásia, as bolsas locais fecharam em queda, com investidores cautelosos à espera da reunião de política monetária do Fed. O índice de ações MSCI Asia Pacific perdeu 0,30% no pregão de hoje. Na China, foram divulgados indicadores de atividade referentes ao mês de maio. A produção industrial aumentou 8,8% a/a, enquanto as vendas do comércio subiram 12,4% a/a, ambos os dados vieram abaixo do esperado pelo mercado (9,2% e 14,0%, respectivamente). Demais indicadores (investimentos em ativos fixo alta de 15,4 ytd e a taxa de desemprego, 5,0% no mês), vieram em linha com as projeções do mercado. O governo chinês ordenou as empresas estatais que reduzissem suas compras de commodities, num intuito de reduzir a alta de preços desses produtos buscando aliviar as pressões inflacionárias no atacado chinês. Na bolsa de Xangai, o índice Composto fechou com queda de 1,07%. No Japão, o índice Nikkei caiu 0,51% em Tóquio; enquanto o Hang Seng recuou 070% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi avançou 0,62% em Seul e o Taiex registrou perda de 0,37% em Taiwan.
As bolsas europeias operam sem um direcional único, com investidores também esperando pela decisão de política monetária do Fed. O índice pan-europeu de ações STOXX600 registra alta marginal de 0,03%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,09%, enquanto o CAC40 tem alta discreta de 0,02% em Paris. Em Frankfurt, o DAX perde 0,29%. O euro é cotado a US$ 1,2123, mostrando ligeira queda ante ao dólar (-0,02%).
Os preços do petróleo continuam em alta, impulsionados pelo relatório da American Petroleum Institute (API) que mostrou forte queda nos estoques da commodity nos EUA. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a 72,22/barril, com alta de 0,14%, atingindo o mais elevado nível desde outubro de 2018.
O destaque na agenda econômica brasileira é a reunião do Copom, que ao final do dia (18h30) deve anunciar uma nova alta da Selic, para 4,25% ao ano, segundo o consenso do mercado. No comunicado, espera-se por uma postura mais conservadora (hawkish) do colegiado. Acreditamos que o comitê excluirá a menção de “ajuste parcial” do comunicado e sinalizará intenção de buscar a plena normalização monetária ainda em 2021. No mercado de DIs, os juros curtos devem permanecer pressionados, enquanto os longos devem se mostrar estáveis em linha com os Treasuries. Um dólar acomodado no exterior deve favorecer o real, enquanto o Ibovespa deve se manter ao redor dos 130 mil pontos, sem fôlego para maiores voos.