Hoje na Economia – 16/09/2019

Hoje na Economia – 16/09/2019

16/09/2019

Edição 2340

O mercado de capital global inicia esta semana com clara aversão ao risco, estampada nos
recuos das bolsas europeias e nos futuros americanos, favorecendo os ativos considerados
portos seguros, como as treasuries, o iene e ouro. Investidores avaliam as possíveis
consequências decorrentes do atentado com drones à produção de petróleo, ocorrido neste final
de semana na Arábia Saudita, comprometendo cerca de metade da produção de petróleo do
país. Os preços do petróleo operam em forte alta.

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única, afetadas pela escalada nas tensões do Oriente
Médio, que impulsionou as ações de petrolíferas, além dos fracos dados de atividade divulgados
na China. O índice MSCI Asia Pacific ex-Japão fechou o dia com queda de 0,20%. A China
divulgou uma nova série de indicadores decepcionantes da indústria, varejo e investimentos. A
produção industrial subiu 4,4% na comparação anual de agosto (4,8%em julho), ficando abaixo
do esperado pelos analistas (5,2%). As vendas ao varejo chinês subiram 7,5% ante a agosto do
ano passado (7,6% em julho na comparação anual), abaixo das projeções do mercado de
ganho de 7,9%. Os investimentos avançaram 5,5% no acumulado janeiro/agosto em relação a
igual período de 2018, pouco abaixo das expectativas, de 5,7%. O índice Composto de Xangai
terminou o pregão com baixa marginal de 0,02%. O Hang Seng caiu 0,83% em Hong Kong,
enquanto o sul-coreano Kospi subiu 0,64% em Seul, e o Taiex avançou 0,65% em Taiwan. No
Japão, mercados permaneceram fechados por conta de feriado local.

As bolsas europeias iniciaram o dia em baixa, com investidores preocupados com a escalada
das tensões no Oriente Médio após o atentado na Arábia Saudita, pressionando os preços do
petróleo, mas também preocupados com o crescimento global após novos sinais de
enfraquecimento da economia chinesa. O índice pan-europeu de ações STOXX600 registra
queda de 0,57%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 0,21%; o CAC40 cai 0,70% em
Paris; o DAX perde 0,72% em Frankfurt. O euro é negociado a US$ 1,1049 contra US$ 1,1074
no final de sexta-feira.

No mercado americano, o comportamento defensivo dos investidores também se faz presente,
refletido na queda dos índices futuros das bolsas de Nova York e nos juros dos Treasuries.
Neste momento, o índice futuro do Dow Jones recua 0,36%; do S&P 500 perde 0,37%; Nasdaq
tem queda de 0,60%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua 3,42%, colocando o yield do
papel em 1,831% ao ano. O dólar se fortaleceu frente às principais moedas, mas aquelas mais
relacionadas ao petróleo avançam frente às moedas ditas fortes.

Os contratos futuros de petróleo mantém o movimento de forte alta que se seguiu aos ataques
a refinaria da Saudi Aramco, a maior do mundo. O ataque pode ter resultado na redução de
aproximadamente 5,7 milhões de barris na produção diária de petróleo da Arábia Saudita. O
presidente americano, Donald Trump, autorizou a liberação da reserva estratégica de petróleo
dos EUA, caso necessário, para manter os mercados abastecidos. Nesta manhã, o contrato
futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 59,57/barril, com alta de 8,61%.

Os mercados brasileiros devem ser tomados pela forte aversão ao risco, marcados por alta
volatilidade, à semelhança que ocorre com as principais praças do mundo. Ademais, devem ser
afetados também pelos dados fracos de atividade divulgados na China, reforçando o
enfraquecimento progressivo da segunda maior economia do mundo e principal importadora de
commodities. A Bovespa deve abrir em baixa acompanhando os índices futuros de ações de
Nova York, enquanto que a aversão ao risco deve favorecer o dólar e manter pressionados os
juros futuros.

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