Hoje na Economia – 16/09/2021
Os mercados operam, nesta manhã, sem uma tendência definida. Em algumas praças, realizam ganhos auferidos nos últimos dias, mas não existe um movimento típico de aversão ao risco. Os investidores continuam avaliando as expectativas sobre a economia global à medida que a volta à normalidade é ameaçada pelo surgimento das infecções por covid-19 em muitas localidades, em meio ao aumento dos custos produtivos devido à alta das commodities e os gargalos na oferta.
Na Ásia, as preocupações com os problemas financeiros da Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês, e temores regulatórios colocaram os investidores na defensiva. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific fechou a sessão de hoje com queda de 0,70%, refletindo as fortes baixas na China, Hong Kong e Japão. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 1,46%, com destaque para a queda de 6,41% na ação da Evergrande. O Hang Seng foi afetado negativamente também pelas ações dos cassinos de Macau, por conta da intenção das autoridades locais de mudar a regulação da indústria de jogos. Na China, o índice Xangai Composto perdeu 1,34%, com destaque para a queda dos papéis de montadoras de veículos. No Japão, o Nikkei desvalorizou 0,62% em Tóquio, enquanto o iene flutua em torno do valor de ¥ 109,38/US$. O sul-coreano Kospi registrou queda de 0,74% em Seul; o Taiex recuou 0,43% em Taiwan.
Na Europa, os mercados acionários locais exibem fortes altas, neste momento. Após as perdas de ontem, bolsas procuram se recuperar estimuladas pelo bom desempenho apresentado por Wall Street no pregão de ontem. O índice Stoxx600 registra alta de 0,64%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,52%; em Paris, o CAC40 avança 0,74%; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,58%. O euro é negociado a US$ 1,1772, depreciando 0,38%; enquanto a libra vale US$ 1,3814, perdendo 0,19%, no momento.
No mercado americano, o juro pago pela Treasury de 10 anos sobe 1 ponto base para 1,31% ao ano. O índice DXY do dólar sobe 0,20%, situando-se em 92,74 pontos, exibindo valorizações não apenas contras as moedas europeias, como também frente às divisas emergentes. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem ligeiras quedas, nesta manhã, após as altas expressivas de ontem. O índice futuro do Dow Jones opera em torno da estabilidade; o S&P 500 tem queda marginal de 0,06%; Nasdaq recua 0,15%. Os investidores estarão de olho na divulgação das vendas no varejo de agosto (espera-se queda de 0,7%, pelo consenso do mercado) e pelos novos números de pedidos de seguro desemprego.
No mercado de petróleo, as cotações da commodity exibem ganhos modestos nesta manhã, após se valorizarem por quatro sessões consecutivas, refletindo a queda bem maior do que se previa nos estoques dos EUA na última semana. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para outubro, é negociado a US$ 72,66/barril, com alta marginal de 0,07%.
No mercado doméstico, a FGV divulga o IGP-10 de setembro, que deve mostrar deflação de 0,56% no mês (agosto: 1,18%) e 26,16% em doze meses. O recuo dos preços industriais no atacado deve explicar a maior parte do comportamento do índice no período. O impasse dos precatórios continua travando a solução para o lançamento do programa social Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família. As pendências fiscais e perspectivas de menor crescimento em 2022 e inflação elevada devem continuar pesando sobre o Ibovespa. O real deve operar em baixa ante a um dólar forte em termos globais, enquanto a curva de juros futuros deve se manter pressionada.