Hoje na Economia – 17/02/2022

Hoje na Economia – 17/02/2022

As principais bolsas internacionais operam mistas, nesta manhã, mas com claro viés de baixa, diante de renovadas preocupações com a crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia. Forças rebeldes, apoiadas pela Rússia e que operam no Leste da Ucrânia, acusam as forças do governo ucraniano de atacarem o seu território, violando acordos de encerramento dos conflitos na região.

As bolsas europeias, após uma abertura sem direcional claro, mergulharam no vermelho após as notícias sobre o agravamento das tensões no Leste Europeu. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 exibe queda marginal de 0,11%, no momento. Em Londres, o FTSE100 cai 0,66%; em Paris, o CAC40 opera em alta de 0,22%; em Frankfurt, o DAX cede 0,04%. Previstos para hoje a divulgação de importantes balanços corporativos que podem mexer com as bolsas da região, com destaque para Commerzbank; Nestlé; Airbus; Repsol e Kering.

Os últimos acontecimentos em relação à crise na Rússia e Ucrânia ofuscou a ata do Fed divulgada ontem, na qual os dirigentes afirmaram que estão prestes a iniciar a alta dos juros de referência e que estão alertas com o caráter persistente da inflação atual, justificando um ritmo mais rápido de aperto monetário. O documento foi considerado “dovish” pelos analistas. Em função do aumento da aversão ao risco, nesta quinta-feira, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou quatro pontos base para 2,0% ao ano. O agravamento das tensões geopolíticas favoreceu o dólar, que voltou a se fortalecer diante das principais moedas. O índice DXY do dólar sobe 0,20%, no momento, para 95,20 pontos. O euro recua 0,16% para US$ 1,1356/€ e a libra permanece estável em US$ 1,3586/£. Os índices futuros das bolsas de Nova York aprofundaram a queda diante do agravamento das tensões na fronteira da Ucrânia. Neste momento, o futuro do Dow Jones cai 0,51%; S&P 500 recua 0,55% e Nasdaq desvaloriza 0,56%. Dados econômicos que serão divulgados nesta manhã e falas de dirigentes do Fed (Loretta Mester do Fed Cleveland e James Bullard, do Fed de St Louis) devem, também, ser acompanhados pelos investidores.

Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em alta. Favoreceu o sentimento dos investidores uma ata do Fed considerada menos conservadora do que se esperava. O apetite ao risco, no entanto, permanece comprometido, diante dos novos desdobramentos da crise envolvendo Rússia e Ucrânia. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific apurou queda de 0,3% no final da sessão de hoje, após a alta de ontem (1,3%) em meio a apostas de arrefecimento das tensões no Leste Europeu. No Japão, o índice Nikkei fechou com queda de 0,83% em Tóquio, revertendo os ganhos do pregão anterior. Na China, o índice Xangai Composto fechou com alta marginal de 0,06%; enquanto o Hang Seng subiu 0,30% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi subiu 0,53% em Seul. O Taiex registrou ganho de 0,20% em Taiwan.

Os contratos futuros do petróleo operam em queda, nesta manhã, revertendo ganhos da sessão anterior, com investidores de olho na crise envolvendo Ucrânia e Rússia, além das negociações sobre o acordo nuclear com o Irã. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para abril, recua 1,38%, no momento, cotado a US$ 92,37/barril.

Os ativos brasileiros continuarão reféns dos mercados internacionais, diante de uma agenda econômica doméstica esvaziada. O ambiente de maior aversão ao risco, diante do agravamento das tensões na Ucrânia, pode afetar os movimentos do Ibovespa, que deve abrir em baixa acompanhando as indicações dos futuros das bolsas de Nova York. O dólar deve subir, alimentando também a alta dos juros futuros.

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