Hoje na Economia – 17/04/2020
Boas notícias no front do combate à pandemia do coronavírus melhoram o humor dos investidores, favorecendo os ativos de risco em geral. Segundo informações divulgadas ontem, a empresa de biotecnologia Gilead Science vem desenvolvendo um medicamento que tem se mostrado eficiente no tratamento do novo coronavírus. Ademais, o presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou ontem diretrizes para reabertura da economia. Fechando a noite, dados divulgados na China mostraram que a retração da segunda maior economia foi menor do que se esperava.
O PIB da China encolheu 6,8% em base anual no primeiro trimestre deste ano, em meio ao surto de coronavírus. O mercado esperava por uma queda de 8,3%. Na comparação com os últimos três meses a queda foi de 9,8%. A produção industrial já dá sinais de reação. Em março, o setor recuou 1,1% ante igual mês de 2019, vindo melhor do que a queda de 6,5% projetada pelos analistas. As vendas no varejo, no entanto, mergulharam 15,8%, ante a expectativa de contração de 8%.
Na Ásia, as bolsas fecharam em alta nesta sexta-feira, surfando as boas notícias vindas dos EUA, que atenuaram os dados negativos apresentados pela economia chinesa. O índice regional MSCI Asia Pacific encerrou o pregão de hoje com ganho de 1,8%. Na China, o índice Xangai Composto subiu 0,66%. O japonês Nikkei teve alta de 3,15% em Tóquio; o sul-coreano Kospi mostrou desempenho semelhante, com valorização de 3,09%. O Hang Seng teve alta de 1,56% em Hong Kong, enquanto o Taiex subiu 2,14% em Taiwan. O dólar é negociado a 107,81 ienes ante 108,02 ienes de ontem à tarde.
Na Europa, os mercados de ações operam com altas significativas, nesta manhã. O índice regional de ações, STOXX600, sobe 2,58%, no momento. Em Londres, o FTSE100 avança 2,98%; o CAC40 sobe 3,53% em Paris; em Frankfurt, o DAX se valoriza 3,11%. O euro troca de mãos a US$ 1,0820, com queda de 0,18%, no momento.
Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta expressiva desde ontem à noite, após a divulgação de notícias sobre o medicamento que a Gilead Science vem desenvolvendo, que se mostra eficaz no combate ao coronavírus. Nesta manhã, no mercado futuro de ações, o Dow Jones sobe 2,86%; S&P 500 avança 2,64%; Nasdaq tem alta de 1,99%. Os juros das Treasuries também avançam – refletindo a queda nos preços dos papeis -: o T-Note de 10 anos remunera a 0,6354%, com alta de 1,40%. O dólar se fortalece diante das principais moedas. O índice DXY sobe 0,13%, no momento, situando-se em 100,15 pontos.
No mercado de petróleo, os contratos futuros mostram elevada volatilidade, com investidor assimilando os dados que mostraram que a economia chinesa sofreu contração menor do que se esperava no primeiro trimestre. No momento, o contrato futuro do produto tipo WTI, para junho, é negociado a US$ 18,30/barril, com queda de 7,90%.
Os preços dos ativos brasileiros devem acompanhar o bom humor que impulsiona os principais mercados globais. A Bovespa deve abrir em alta em linha com os futuros americanos, mas com o investidor de olho no tenso ambiente político doméstico, em que as divergências entre Executivo e Legislativo devem esquentar. O real deve se desvalorizar, seguindo o fortalecimento do dólar diante das moedas emergentes. As preocupações com o impacto fiscal das medidas em tramitação no Congresso para reduzir o impacto da epidemia sobre a sociedade devem manter os juros futuros pressionados, principalmente, nos contratos mais longos.