Hoje na Economia – 17/06/2022
Cenário Internacional:
Ontem, os mercados globais operaram em baixa e registraram quedas dos principais ativos de risco, em reflexo às decisões de aperto monetário em economias avançadas, e ao receio de recessão nos EUA em 2023.
Na quarta-feira (15) pela manhã, o Banco Central Europeu realizou uma reunião extraordinária para anunciar que pretende criar programas para reduzir o risco de fragmentação financeira na Zona do Euro. Também pela manhã, a divulgação dos dados de vendas no varejo e de manufatura do Fed NY piores que o esperado fomentou a percepção de desaceleração da atividade americana neste trimestre.
À tarde, o FOMC elevou a taxa básica de juros nos EUA em 75 pb, em decisão que já estava sendo precificada pelo mercado na última semana. Na entrevista coletiva, o presidente do FED Jerome Powell ratificou a intenção do comitê de colocar os juros em território restritivo e sinalizou que a taxa terminal deve ser mais alta que a prevista nas últimas reuniões. No entanto, ponderou que o FOMC deve se manter dependente dos próximos dados de inflação e que, para a reunião de julho, a porta estaria aberta para movimentos de 50 ou 75 bp.
Ontem, o Bank of England (BOE) subiu a taxa de juros para 1,25% – como amplamente esperado – e reforçou o seu compromisso em levar a inflação no Reino Unido de volta à meta de 2%. O comunicado do BOE para as próximas reuniões foi mais hawkish, indicando possibilidade de voltar a subir 50 pb por reunião e riscos assimétricos para cima na inflação. O banco central da Suíça (SNB) surpreendeu o mercado ao subir a taxa de juros em 50 pb, para -0,25%.
Cenário Nacional:
Na quarta-feira, o COPOM elevou a taxa SELIC em 50 pb, para 13,25% ao ano, conforme esperado pela SulAmérica Investimentos. No comunicado, os destaques foram a sinalização de nova alta igual ou de menor magnitude para a reunião de agosto, o que surpreendeu a expectativa de que o Banco Central não se comprometesse com os próximos passos, e a inclusão das projeções de inflação de 2024, indicando um eventual alongamento do horizonte de convergência para tal ano. Corrobora esta leitura, também, o fato de que o comunicado definiu a decisão como “estratégia de convergência para o redor da meta”, o que sugere um possível enfraquecimento da sinalização de que o Banco Central estaria perseguindo o centro da meta de inflação de 2023.
Com isso, revisamos para 13,75% a nossa projeção para a SELIC ao final de 2022, incorporando os riscos altistas associados à incerteza do cenário externo e do quadro fiscal doméstico e à persistência das pressões inflacionárias.