Hoje na Economia – 17/09/2021
Os mercados operam com altas discretas nesta manhã de sexta-feira, com os asiáticos mostrando maior volatilidade, enquanto os futuros das bolsas americanas registram leves altas, com viés de baixa. Os investidores avaliam a resiliência da economia global diante da iminência de o Fed iniciar a retirada de estímulos monetários e os riscos da crise financeira da empresa Evergrande de contaminar a economia da China.
Na Ásia, crescem os temores sobre a capacidade de solvência da gigante do setor imobiliário chinês, Evergrande. Na bolsa de Hong Kong, as ações da construtora operaram com forte queda (-8,75%), acumulando baixa de mais de 33% nos últimos cinco dias. Apesar das preocupações geradas por esse fato, as bolsas asiáticas fecharam em sua maioria no azul, o que não impediu que o índice MSCI Asia Pacific fechasse em queda de 0,80%. Na China, o índice Xangai Composto apurou ganho modesto de 0,19%, enquanto o Hang Seng subiu 1,03% em Hong Kong. O PBoC, banco central da China, injetou 90 bilhões de yuans (US$ 14 bilhões) em recursos no sistema financeiro através de operações de recompra de sete e quatorze dias, sob justificativa de atender a queda sazonal da liquidez no último trimestre do ano. No Japão, a expectativa de saída do primeiro-ministro Yoshihide Suga manteve os investidores animados. O índice Nikkei valorizou 0,58% em Tóquio, mantendo-se perto do mais elevado nível em três décadas. A moeda japonesa é cotada a ¥198,98/US$, depreciando 0,23%, nesta manhã. Em Taiwan, o Taiex fechou com baixa marginal de 0,01%; enquanto o sul-coreano Kospi apurou ganho de 0,33% em Seul.
Na Europa, as bolsas exibem altas expressivas. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 registra valorização de 0,61%. Em Londres, as vendas no varejo de agosto decepcionaram (-0,9% m/m contra proj. +0,8% m/m), mas o índice FTSE100 sustenta alta de 0,41%, no momento. A libra encontra-se estável ante o dólar, negociada a US$ 1,3797. Em Paris, o CAC40 sobe 0,90%, enquanto o DAX valoriza 0,51% em Frankfurt. A inflação ao consumidor da zona do euro subiu para 3% a/a em agosto, acelerando em relação ao acréscimo anual de 2,2% de julho. Esse resultado veio em linha com as estimativas do mercado. O euro é cotado a US$ 1,1780, exibindo valorização de 0,11%.
Nos EUA, os juros dos Treasuries longos sustentam a alta de ontem, após a divulgação do avanço nas vendas no varejo americano. O juro pago pela T-Bond de 10 anos após subir para 1,34%, estabilizou em 1,33% nesta manhã. O índice DXY do dólar recua 0,12%, situando-se em 92,82 pontos, devolvendo parte dos ganhos de ontem. Os futuros das bolsas de Nova York exibem quedas discretas neste momento: futuro do Dow Jones recua 0,11%; S&P 500 cai 0,13% e o futuro do Nasdaq perde 0,10%. Hoje o destaque da agenda econômica será a divulgação da confiança do consumidor pela Universidade de Michigan, que deve atingir 72,7 na prévia de setembro (70,3 em agosto), segundo o consenso do mercado.
O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para outubro, é negociado a US$ 72,08/barril, com recuo de 0,73%, nesta manhã. Essa queda reflete movimentos de realização de lucros após as expressivas altas recentes.
Em meio a novas pesquisas mostrando piora adicional na popularidade do presidente Bolsonaro, foi anunciado ontem um aumento na alíquota do IOF sobre as operações de crédito, com a finalidade de financiar os gastos do novo “Bolsa Família”. A majoração do imposto deverá perdurar até o final deste ano. As razões para essa decisão podem estar nos obstáculos para se chegar a uma solução para o pagamento dos precatórios. O dia não deve começar muito favorável aos ativos brasileiros.