Hoje na Economia – 18/01/2022
O dia começou exibindo fortes altas dos juros dos títulos soberanos globalmente, diante das crescentes preocupações dos investidores de que a persistente pressão inflacionária forçará o Fed a elevar o juro básico em sua reunião de março. Os futuros americanos e as bolsas europeias operam com fortes quedas acompanhando o dia negativo das bolsas da Ásia.
Na Ásia, as bolsas de ações fecharam majoritariamente em baixa. O índice regional, MSCI Asia Pacific, apurou baixa de 0,6%, com ações do setor de tecnologia exibindo fortes quedas. Enquanto os principais bancos centrais ocidentais se preparam para subir os juros básicos, no Japão, o Banco do Japão (BoJ) reafirmou sua política monetária ultra acomodatícia, descartando a possibilidade de aumentar os juros antes de que a inflação convirja para a meta oficial de 2%. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,27%, na sessão de hoje. O Hang Seng recuou 0,43% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,89% em Seul e o Taiex registrou perda de 0,79% em Taiwan. Na contramão da região, na China, o índice Xangai Composto mostrou valorização de 0,80%, nesta terça-feira.
No mercado americano, os juros subiram em toda a curva de yield. O juro do T-Note de 2 anos atingiu 1,03% ao ano pela primeira vez desde 2020, refletindo a crescente especulação de que o Fed deve começar a subir a taxa básica de juro em março. O yield do T-Bond de 10 anos subiu sete pontos básicos, para 1,85% ao ano, o mais alto desde janeiro de 2020. O índice DXY do dólar opera com ligeira alta, nesta manhã, mas ampliando os ganhos recentes. No momento, o índice situa-se em 95,30 pontos, com alta de 0,04%. O euro recuou para US$ 1,1395/€, desvalorizando 0,11%; a libra é negociada a US$ 1,3629/£, caindo 0,13%; a moeda japonesa é cotada a 114,65 ¥/US$, flutuando em torno desse nível. Enquanto ocorre significativo avanço dos juros das Treasuries, os índices futuros das bolsas de Nova York operam em forte baixa: o futuro do Dow Jones cai 0,57%; o S&P 500 recua 1,07%; Nasdaq desvaloriza 1,51%. Os investidores seguem monitorando os comentários dos dirigentes do Fed, que vem sinalizando planos de apertar a política monetária de forma mais agressiva, como também os balanços de grandes bancos que devem ser divulgados hoje.
Na Europa, as principais bolsas abriram em baixa, seguindo os futuros das bolas americanas e a forte alta dos juros dos Treasuries, bem como da maioria dos títulos soberanos europeus. Investidores também estão de olho na agenda econômica, bem como acompanhando a temporada de balanços corporativos dos EUA. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 1,26%. Em Londres, o FTSE100 perde 0,93%; o CAC40 cai 1,16% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 1,22%.
No mercado de commodities, o índice geral Bloomberg mostra alta de 0,34%, no momento. O destaque cabe ao petróleo, que exibe altas vigorosas, ampliando os ganhos de ontem, em meio a preocupações com possíveis cortes de oferta devido à elevação das tensões geopolíticas no Oriente Médio. O contrato futuro do petróleo WTI para março sobe 1,71%, negociado a US$ 85,24/barril.
Os mercados domésticos devem abrir na defensiva, nesta terça-feira. Além da mudança do cenário externo, diante da crescente percepção de alta iminente dos juros nos EUA, se somam as preocupações com a situação fiscal diante da ameaça de greve por parte dos servidores federais, reivindicando reajustes salariais. Importante observar o grau de adesão ao movimento para se avaliar a possível pressão sobre as contas públicas. Em dia de aversão ao risco, o Ibovespa deve operar em baixa; os juros futuros em alta acompanhando os Treasuries e o dólar se valoriza.