Hoje na Economia-18/03/2021

Hoje na Economia-18/03/2021

Mercados financeiros reagem de formas distintas à reunião do FOMC de ontem, que manteve linguajar dovish mesmo com melhora nas projeções de PIB e emprego, indicando que o comitê tem intenção de deixar os juros baixos por mais tempo.

Nos EUA, os juros futuros estão subindo, com yields chegando aos maiores níveis desde janeiro de 2020: o da Treasury de 10 anos está em 1,7277% a.a. (+8 pb) e o da de 30 anos a 2,491% a.a. (+7 pb). Essa alta está relacionada ao medo dos investidores de que o Fed tenha de subir juros de forma rápida quando a inflação aparecer, mesmo com o discurso dovish do FOMC ontem. O dólar está ganhando valor contra outras moedas devido a esse aumento da curva de juros, com o índice DXY subindo 0,19%. Os índices futuros das bolsas americanas operam majoritariamente em queda, com alta de 0,10% no Dow Jones, mas recuo de -0,43% no S&P500 e -1,10% no NASDAQ. Hoje sairão dados de pedidos semanais de seguro desemprego (expectativa de recuo de 712 mil para 700 mil) e índice de atividade do Fed Filadélfia, que deve ter subido levemente de 23,1 para 23,3.

Na Ásia, a maior parte das bolsas subiu, reagindo ao FOMC dovish. O índice regional MSCI Asia Pacific avançou 0,8%, com altas de 1,01% no Nikkei225 de Tóquio, 1,28% no Hang Seng de Hong Kong, 0,51% na bolsa e Xangai e 0,61% no KOSPI de Seul. O iene está se desvalorizando -0,19% contra o dólar, a ¥/US$ 109,05, após rumores de que o Banco do Japão deve aumentar a banda na qual os juros de 10 anos locais podem funcionar (atualmente 10 pb ao redor de 0% a.a.) na reunião dessa semana.

Na Europa, a maior parte das bolsas está em alta. O índice pan-europeu STOXX600 avança 0,30%, devido a altas de 0,19% no CAC40 de Paris e 0,91% no DAX de Frankfurt. O FTSE100 de Londres está estável. O euro está se desvalorizando diante do dólar, -0,32%, cotado a US$/€ 1,1941, com a alta nos juros futuros americanos. Hoje o Banco da Inglaterra terá sua reunião, devendo manter os programas de estímulo estáveis.

Os preços de commodities operam sem direção única. O índice geral da Bloomberg tem queda de -0,08%, devido em grande parte ao recuo do preço do petróleo (-0,48% no barril tipo WTI, cotado a US$ 64,29), com dados de maiores estoques. Por outro lado, houve alta forte nas commodities metálicas: +1,55% ferro, +1,17% cobre, +0,37% níquel.

No Brasil, ontem o COPOM foi mais hawkish que a mediana do mercado, aumentando a taxa Selic em 75 pb (contra mediana de projeções de 50 pb), indicando que deve na próxima reunião a taxa deve subir na mesma magnitude e que todo o estímulo monetário extraordinário deve ser retirado. O mercado deve reagir com substancial queda nos juros futuros, valorização do real diante de outras moedas e alta na bolsa, mesmo com o ambiente externo mais desafiador pela manhã. Hoje sairá o dado do IGP-M 2º decêndio de março, que deve ter aumentado de 2,29% para 2,40%, mas que deve ter menos impacto sobre os mercados devido ao COPOM de ontem.

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