Hoje na Economia – 18/04/2022

Hoje na Economia – 18/04/2022

A aversão ao risco volta a tomar conta dos mercados, nesta segunda-feira, diante da expectativa de aperto monetário pelos principais bancos centrais e fraco crescimento global. Temores que foram exacerbados pela fraqueza econômica apresentada pela China no primeiro trimestre, decorrentes da queda nos investimentos devido à crise imobiliária, fraco consumo e efeitos dos surtos do Covid-19.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa, após a divulgação de dados econômicos mistos na China. No primeiro trimestre o PIB chinês mostrou expansão de 4,8% A/A (4,4% A/A no 4T21), vindo acima do previsto, enquanto as vendas no varejo caíram 3,5% A/A em março (projeção: -3,0%) e a produção industrial desacelerou de 7,5% A/A em fevereiro para 5,0% A/A em março, vindo também abaixo das expectativas do mercado. O índice Xangai Composto fechou com queda de 0,49%. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,08% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,11% em Seul. O presidente do banco central do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, reafirmou a postura acomodatícia da política monetária japonesa, rejeitando apelos por aumento de juros que evitem uma desvalorização mais acentuada do iene ante ao dólar. Nesta manhã, a moeda japonesa é cotada a 126,62¥/US$, com queda de 0,12%. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, fechou o dia com queda de 1,0%.

Na Europa, o feriado da Páscoa mantém a maioria dos mercados fechados, nesta segunda-feira. O euro é negociado a US$ 1,0793/€, se depreciando 0,16%, nesta manhã.

No mercado americano, os futuros das principais bolsas de Nova York operam em baixa, no momento, enquanto o yield dos Treasuries está em alta, com o investidor de olho nas possibilidades de o Fed promover um forte e rápido ajuste na política monetária americana. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe três pontos base, para 2,86% ao ano, enquanto o T-Note de 2 anos exibe rendimento de 2,49% ao ano. O índice DXY do dólar opera em alta significativa, mantendo a trajetória de fortalecimento global da moeda americana. No momento, o DXY sobe 0,17%, situando-se em 100,67 pontos. No mercado futuro de ações, o índice Dow Jones recua 0,31%; S&P perde 0,52% e o Nasdaq cai 0,69%. Os investidores digerem os últimos números sobre a atividade econômica na China, bem como seguem atentos aos desdobramentos da guerra russo-ucraniana.

Os contratos futuros de petróleo oscilam sem direcional claro, nesta manhã, após subirem mais de 2,5% na última sessão antes do feriado da Páscoa, em meio a relatos de que a União Europeia prepara o esboço de um plano para proibir a importação da commodity da Rússia. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 106,35/barril, caindo 0,37%.

Em um dia de agenda econômica doméstica esvaziada, os investidores deverão repercutir os fracos dados econômicos divulgados na China, o que impacta negativamente sobre as commodities, principalmente agrícolas, nesta manhã. O Ibovespa deve abrir em queda, enquanto o real deve recuar frente ao dólar, com as atenções também voltadas para as negociações do governo em torno dos reajustes salariais dos servidores públicos. Nos juros futuros, as atenções estarão voltadas para a participação de Campos Neto (15h30) no painel do FMI, onde se espera por indicações de que o ajuste da Selic vá além dos 12,75%.

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