Hoje na Economia – 18/06/2021
Em um dia de agenda esvaziada, investidores reavaliam suas estratégias após uma semana marcada pela sinalização do banco central dos EUA (Fed) de que se aproxima o momento em que começará a reduzir os estímulos monetários utilizados para proteger a economia da pandemia de covid-19. O “reflation trade” que comandou as ações dos mercados na maior parte de 2021, estimulado pelas políticas altamente expansionistas adotadas pelos principais bancos centrais, começa a perder fôlego, com investidores buscando outros setores que se beneficiem de um ambiente de maior crescimento e juros mais elevados.
Nesta manhã, os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem direção única, com variações modestas. O futuro do Dow Jones recua -0,04% e o S&P 500 tem alta discreta de 0,02%. O Nasdaq, por sua vez, sobe 0,16%, beneficiado pelo desmonte das posições em ações cíclicas, que estão sendo direcionadas para papéis dos setores intensivos em tecnologia. Os juros dos Treasuries operam em baixa, sendo que os de maior maturidade ampliam as perdas da sessão anterior em movimento de correção, após a alta que se seguiu à sinalização mais hawkish dada pelo Fed na quarta-feira. O juro do T-Bond de 10 anos recua três pontos base, para 1,48% ao ano. O índice DXY do dólar, que mede a variação da moeda americana diante de uma cesta de moedas, flutua em torno de 91,89 pontos, sustentando os ganhos dos últimos dias, em que subiu por cinco dias seguidos, na mais longa sequência de alta desde 2020. O euro é negociado a US$ 1,1916, valorizando 0,08%; a libra vale US$ 1,3901, desvalorizando -0,15%; o iene é negociado a ¥/US$ 110,22, depreciando -0,01%.
Na Ásia, as bolsas locais não mostraram um denominador comum, fechando a sessão de hoje com sinais mistos. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific terminou o dia perto da estabilidade. No Japão, o Banco do Japão (BoJ) manteve inalterada as principais características de sua política monetária, na reunião de hoje. Novidade foi o lançamento de uma linha de crédito exclusivamente para mitigar as mudanças climáticas. O índice Nikkei registrou queda de 0,19% em Tóquio, enquanto o Hang Seng avançou 0,85% em Hong Kong; o sul-coreano Kospi subiu 0,09% em Seul; em Taiwan, o Taiex apurou perda de 0,41%. Na China, o Xangai Composto fechou o dia próximo da estabilidade (-0,01%).
Na Europa, também não há um denominador comum comandando as bolsas de ações, que oscilam entre altos e baixos. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda discreta de -0,08%. Em Londres, o FTSE100 perde -0,48%; enquanto em Frankfurt o DAX desvaloriza -0,24%. Em Paris, o CAC40 sobe 0,23%, nesta manhã.
A maioria das commodities permanece em queda, diante da forte valorização do dólar que se seguiu à sinalização do Fed quanto à proximidade do ajuste da política monetária americana. No mercado de petróleo, o contrato futuro do produto tipo WTI para agosto cai pelo segundo dia consecutivo, sendo negociado a US$ 70,56/barril, com queda de 0,70%.
Nesta sexta-feira, de agenda vazia, o destaque é para aprovação da MP da privatização da Eletrobrás ontem no Senado. Deve voltar à Câmara dos Deputados e provavelmente ser sancionada pelo presidente na semana que vem. A Bovespa deve se favorecer e operar em alta, podendo contrariar a tendência das bolsas americanas. O real deve ter queda diante do dólar, devido ao movimento global de moedas e queda de preços de commodities, enquanto os juros podem devolver parte da alta de ontem.