Hoje na Economia – 19/06/2019
Edição 2279
19/06/2019
Ontem houve uma grande melhora nos preços de ativos devido à comunicação dos EUA e da China de que seus presidentes devem se encontrar na reunião do G-20 na próxima semana, aumentando as chances de algum acordo para evitar acirramento da guerra comercial.
As bolsas da Ásia fecharam em alta, seguindo o movimento dos mercados ocidentais ontem. O índice MSCI Ásia Pacífico subiu 1,8%, com altas de 1,72% no Nikkei225 do Japão e 0,96% na bolsa de Xangai. O iene está se valorizando contra o dólar, +0,05%, cotado a ¥/US$ 108,40.
Na Europa, as bolsas operam sem direção única após a alta de ontem, causada pelo discurso mais dovish de Draghi e pela notícia da guerra comercial. Há queda de -0,06% no índice pan-europeu STOXX600, com recuo também de -0,21% no FTSE100 de Londres. Por outro lado, há alta de +0,05% no CAC40 de Paris e +0,025% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando contra o dólar, 0,12%, cotado a US$/€ 1,1207.
No mercado americano, há alguma acomodação após a forte alta de ontem. O índice futuro do S&P500 recua -0,01% e há pequena alta no yield da Treasury de 10 anos, a 2,08% a.a.. O dólar está se desvalorizando contra as principais moedas, com o índice DXY caindo -0,10%. O evento mais importante do dia hoje é a reunião do FOMC, com anúncio da taxa de juros às 15:00 e entrevista do presidente do Fed, Powell, meia hora depois. A expectativa é de manutenção, mas com discurso mais dovish mencionando a possibilidade de corte de juros já a partir da próxima reunião. O mercado precifica cortes de 75 pb no segundo semestre.
Os preços de commodities operam sem direção única. O índice geral da Bloomberg recua -0,30%. Ontem o preço do petróleo subiu com anúncio de reunião da OPEP, mas hoje ele se acomoda um pouco, com queda de -0,13%, cotado a US$ 53,83. Há alta forte nos preços de commodities metálicas hoje, com avanço de 1,78% no cobre e 1,41% no níquel.
A reunião do COPOM deve ser o evento mais importante no Brasil hoje. A expectativa é de manutenção dos juros em 6,5%, mas com comunicado bem mais dovish, devido à piora da atividade e inflação mais baixa no último mês. O COPOM deve pelo menos mencionar riscos assimétricos para baixo na inflação, podendo até sugerir queda na próxima reunião, embora isso não seja consenso. Hoje a inflação do IPC-FIPE 2ª semana veio ligeiramente acima do esperado, 0,08% contra 0,04%. A confiança da indústria recuou novamente na prévia de junho, 1,4 pontos. No campo político o governo Bolsonaro sofreu uma derrota na agenda de costumes no Senado, com aprovação de lei diferente para porte de armas que a enviada pelo Executivo. Os juros futuros devem recuar hoje, de olho no COPOM, enquanto a bolsa brasileira deve ter pequena alta. O real, por sua vez, deve se valorizar ligeiramente contra o dólar.