Hoje na Economia – 20/04/2020
A semana deve continuar marcada pela volatilidade e insegurança nos mercados internacionais. O humor dos investidores continuará influenciado pelos sinais concretos de avanços no controle da pandemia, redução na contaminação em importantes economias e em especial no encontro de um medicamento eficaz.
Na Ásia, mercados fecharam sem um denominador comum. O índice MSCI Asia Pacific encerrou o dia com queda de 0,8%. Na China, o PBoC, banco central chinês, cortou as taxas de juros para empréstimos no esforço de reativar a economia. A taxa de empréstimo de um ano foi reduzida de 4,05% para 3,85%, enquanto a de prazo de cinco anos recuou de 4,75% para 4,65%. No mercado de ações, o índice Xangai Composto fechou com alta de 0,50%. No Japão, o índice Nikkei apurou queda de 1,15% em Tóquio, com forte queda das ações de farmacêuticas. O Hang Seng teve perda de 0,21% em Hong Kong, com papeis ligados ao setor imobiliário fechando no vermelho. O sul-coreano Kospi caiu 0,84% em Seul; o Taiex fechou com perda de 0,10% em Taiwan. No mercado de moeda, o dólar é cotado a 107,63 ienes, contra 107,56 ienes de sexta-feira à tarde.
As bolsas europeias também operam sem direcional único. Notícias sobre a disseminação do coronavírus, como também as novidades sobre planos para reabertura da economia, continuam a concentrar as atenções. A derrocada dos preços do petróleo derruba os papeis de importantes empresas de energia. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra alta discreta de 0,16%. Em Londres, o FTSE100 tem queda marginal de 0,06%; o CAC40 recua 0,10% em Paris; em Frankfurt, o DAX avança 0,19%. O euro se fortaleceu após notícia de que a balança comercial da zona do euro registrou aumento no superávit ajustado em fevereiro. A moeda comum é cotada a 1,0895 contra US$ 1,0875 do final de sexta-feira.
No mercado americano, permanece elevado o grau de incerteza sobre a disseminação do coronavírus e sobre os planos de reabertura da economia. Ademais, as ações de energia estarão sob pressão no dia de hoje, diante das novas quedas nos preços do petróleo. No momento, os índices futuros das bolsas de Nova York operam no vermelho: o Dow Jones futuro cai 0,93%; S&P 500 recua 0,90%; Nasdaq tem queda de 0,52%. A busca por segurança aumenta a demanda por bônus, elevando seus preços e consequente queda nos retornos: o juro do T-note de 2 anos caía a 0,1956%; do T-Bond de 10 anos, a 0,6273%.
Petróleo segue pressionado pelo excesso de oferta, o que afeta ativos ligados ao setor e às commodities em geral. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para entrega em junho recuava 22,28%, para US$ 14,21/barril, a menor cotação desde 1999.
Os ativos domésticos não devem se desviar das tendências sinalizadas pelos principais mercados internacionais. O quadro de insegurança diante da pandemia e a forte queda nos preços do petróleo e commodities não permitem apostar em um bom desempenho para a Bovespa no pregão de hoje. Os mercados devem também se manter na defensiva diante do agravamento do quadro político interno, com manifestações em apoio ao presidente e contra o isolamento social, azedando ainda mais as relações entre os poderes e entre os governadores.