Hoje na Economia – 21/02/2020
Sinais de que a epidemia do coronavírus avança em países como Coreia do Sul e Japão alimentam a aversão ao risco, nesta manhã de sexta-feira. Investidores avaliam, também, os efeitos negativos da epidemia sobre a lucratividade das empresas nos próximos trimestres.
Na Ásia, a maioria das bolsas de ações fechou em baixa. A sul-coreana Kospi apurou queda de 1,49% em Seul, com o nível de contaminação com o coronavírus superando os 200 casos no país. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific encerrou o pregão de hoje com queda de 0,5%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,09%, enquanto o índice Taiex recuou 0,30% em Taiwan, No Japão, se espera por medidas estimulativas por parte do Banco do Japão (BoJ) para atenuar o enfraquecimento progressivo da economia como resultado da paralisação das atividades fabris na China e no próprio Japão. No país, já foram registrados três mortes por coronavírus. O índice Nikkei terminou o dia contabilizando perda de 0,39%. Na contramão da região, o índice Xangai Composto apurou valorização de 0,31%, estimulado pelas notícias de que empresas estão retomando operações em várias partes do país e ainda na esteira das recentes medidas de estímulo monetário. No mercado de câmbio, o dólar é negociado a 111,76 ienes, contra 112,06 ienes do final da tarde de ontem.
Na Europa, bolsas operam no vermelho. A divulgação de indicadores de atividade (PMIs), apurados pela IHS/Markit, trazendo números que surpreenderam positivamente os analistas, atenuou a intensidade da queda das bolsas, mas não reverteu a tendência. O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro, que engloba os setores de serviços e manufatura, subiu de 51,3 em janeiro para 51,6 em fevereiro, atingindo o maior nível em seis meses. O consenso do mercado previa recuou do índice para 50,9 em fevereiro. Na Alemanha, o PMI industrial subiu de 45,3 em janeiro para 47,8 em fevereiro, tocando o maior patamar em 13 meses. Os analistas projetavam uma redução para 44,8. Nesta manhã, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 0,28%; em Londres, o FTSE100 perde 0,49%; em Paris, o CAC40 cai 0,36%; em Frankfurt, o DAX tem queda moderada de 0,09%. O euro é cotado a US$ 1,0801 de US$ 1,0786 da tarde de ontem.
Nos EUA, os futuros dos principais índices de ações da bolsa de Nova York apontam para uma abertura negativa, Neste momento o futuro do Dow Jones recua 0,33%; S&P 500 cai 0,36%; Nasdaq perde 0,46%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua 2,34%, em função do ambiente de maior risco. O yield do papel situa-se em 1,4797% ao ano, um dos mais baixos desde agosto do ano passado, em um dos momentos críticos nas negociações comerciais entre EUA e China. O dólar sustenta a alta dos últimos dias. O índice DXY, no momento, flutua em torno do patamar de 99,63 pontos.
Os futuros do petróleo operam em baixa, aproveitando os temores sobre o impacto da epidemia do coronavírus sobre a demanda da commodity, para realizar lucros após os ganhos recentes. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para abril, recua 1,39%, sendo negociado a US$ 53,11/barril.
Neste dia em que predomina forte sentimento de aversão ao risco decorrente da disseminação do coronavírus fora da China, a Bovespa deve abrir em baixa, acompanhando as indicações do mercado europeu e dos futuros de ações americanos. Nesse ambiente, a taxa de câmbio deve se manter em alta acompanhando a valorização global do dólar, mantendo pressionados os juros futuros com prazos mais longos.