Hoje na Economia – 21/06/2021
O ambiente internacional continuará tomado pelas especulações sobre o momento em que o Fed começará a promover o ajuste monetário. Numa semana em que a agenda econômica contempla poucos indicadores que possam mover os mercados, as manifestações de diversos membros do Fed podem jogar alguma luz sobre o momento em que se começará a retirada dos estímulos monetários.
Os juros dos Treasuries operam sem direcional claro, nesta manhã, enquanto os investidores aguardam pelos comentários de dirigentes do Fed – Robert Kaplan (Fed Dallas) J. Bullard (Fed St Louis) e J.Williams (Fed NY) – previstos para hoje. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou um ponto base para 1,42% ao ano, enquanto o yield do T-Bond de 30 anos opera em 2,01% ao ano, na máxima desta manhã. O dólar devolve parte dos ganhos recentes. O índice DXY do dólar, que mede as variações da divisa americana diante de uma cesta de seis moedas, recua 0,13% no momento, para 92,10 pontos. O mercado futuro de ações das bolsas de Nova York sugere um dia de recuperação. Os futuros do Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registram variações de 0,46%; 0,45% e 0,44%, respectivamente.
Na Ásia, as bolsas, em sua grande maioria, fecharam no vermelho. Temores gerados pela perspectiva de aperto da política monetária nos EUA alimentou a aversão ao risco, levando a um ajuste nas carteiras dos investidores. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific registrou perda de 1,5% na sessão desta segunda-feira. No Japão, o índice Nikkei apurou queda de 3,29% em Tóquio. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,08%; o sul-coreano Kospi perdeu 0,83% em Seul; em Taiwan, o Taiex recuou 1,48%. O iene japonês é negociado a ¥110,11/US$, valorizando 0,10%, reflexo da busca por porto seguro. Na China, as bolsas foram no sentido contrário ao da região. O índice Xangai Composto subiu 0,12%. Investidores se animaram com a decisão do PBoC (banco central chinês) de manter suas principais taxas de juros inalteradas pelo 14º mês consecutivo.
Na Europa, após uma abertura titubeante, as bolsas vão se firmando no terreno positivo, ainda que com modestos ganhos. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta moderada de 0,11%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,12%; o CAC40 avança 0,11% em Paris; em Frankfurt, o DAX avança 0,30%. O euro é negociado a US$ 1,1891 valorizando 0,23%.
Perspectiva de aumento da demanda global e pausa nas negociações para a restauração do acordo nuclear do Irã favorecem as cotações do petróleo, nesta manhã. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para agosto é negociado a US$ 71,81/barril, com valorização de 0,24%.
No âmbito doméstico, os investidores acompanharão a evolução dos mercados externos atentos a sinalizações sobre eventuais movimentos do Fed, mas também estarão ligados aos fatos locais, que também envolvem uma normalização mais rápida da política monetária. Na esfera política, a Câmara dos Deputados vota a Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobrás. A Bovespa deve abrir em alta seguindo os futuros de Nova York, enquanto o real deve se favorecer da fraqueza do dólar nos mercados internacionais nesta segunda-feira. No mercado de DIs futuros, a divulgação da Ata do Copom (amanhã), o Relatório Trimestral de Inflação (quinta-feira) e IPCA-15 de junho (sexta-feira) devem ajudar a calibrar as apostas para o próximo movimento dos juros em agosto.