Hoje na Economia 23/05/2019
Edição 2260
23/05/2019
O agravamento das tensões comerciais entre EUA e China mantém ambiente de forte aversão ao risco nos mercados, nesta quinta-feira. O pessimismo dos investidores voltou a aumentar em meio a notícias de que os americanos podem se voltar contra mais companhias da China.
Bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa, com destaque para queda nas ações de tecnologia e comunicações. O índice MSCI Asia Pacific encerrou o dia com perda de 0,6%. Na China, a bolsa de Xangai fechou em queda de 1,36%, com as ações do setor de tecnologia sendo as mais pressionadas, especialmente, as ligadas à Huawei. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,62%, com as ações ligadas à mineração sendo destaque de baixa devido à fraqueza nos preços das commodities. O Hang Seng caiu 1,58% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,26% em Seul. Em Taiwan, o Taiex fechou o dia com queda de 1,42%. No mercado de divisas, o dólar é negociado a 110,02 ienes, se enfraquecendo ante o valor de 110,33 ienes de ontem à tarde.
Na Europa, bolsas da região iniciaram o pregão com fortes baixas, também pressionadas pela cautela sobre o comércio entre EUA e China e seus desdobramentos para a economia global. Investidores também acompanham o desenrolar das negociações envolvendo a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), que pode levar a renúncia da primeira ministra Theresa May. Mais cedo, foi divulgado o índice dos gerentes de compras da zona do euro, que se situou em 51,6 no dado preliminar de maio, pouco acima de abril (51,5) e abaixo da previsão do mercado (51,7). Neste momento, o índice pan-europeu de ações STOXX600 mostra recuo de 1,51%; em Londres o FTSE100 tem queda de 1,45%; o CAC40 perde 1,84% em Paris; em Frankfurt o DAX tem variação de 1,93%. O euro é cotado a US$ 1,1133 abaixo do valor de US$ 1,1154 de ontem à tarde.
As bolsas de ações americanas devem acompanhar a trajetória de baixa dos mercados da Ásia e da Europa, no dia de hoje, como pode se depreender da forte queda apresentada pelos índices futuros nesta manhã. O futuro do Dow Jones recua 0,97% no momento; do S&P 500 perde 1,04%; Nasdaq cai 1,40%. Nesse ambiente de maior aversão ao risco, preços das Treasuries e dólar operam em alta. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos caiu para 2,352% ao ano, recuando 1,26% nesta manhã. O índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de moedas fortes, sobe 0,18%, a 98,22, mantendo nas máximas dos últimos trinta dias.
Os preços das principais commodities operam em queda. O índice de Commodity Bloomberg registra recuo de 0,43%, nesta manhã. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para julho é negociado a US$ 60,43/barril, com queda de 1,61%.
A Bovespa continuará dividida entre a influência externa, marcada pelas crescentes tensões nas relações comerciais entre EUA e China, e o quadro político interno, aonde o protagonismo do Congresso vem destravando a agenda econômica do governo. No mercado de câmbio, o real deve se manter pressionado acompanhando a alta global do dólar bem como as incertezas do cenário político doméstico. A curva de juros futuros deve acompanhar a trajetória do dólar, diante de uma agenda doméstica esvaziada.