Hoje na Economia – 23/06/2020
Mercados financeiros voltam a operar em modo de “risk-on”, após fala de assessor da Casa Branca, Peter Navarro, sobre o acordo comercial com a China não valer mais, ser negada pelo presidente Trump e o próprio Navarro dizer que sua fala foi colocada fora de contexto. Dados econômicos ao redor do mundo também corroboram melhora da economia.
Na Ásia, as principais bolsas locais fecharam em alta após a correção de Trump e Navarro. O índice MSCI Asia Pacific subiu 0,7%. Houve altas de 1,62% no índice Hang Seng de Hong Kong, 0,50% no Nikkei225 de Tóquio e 0,18% na bolsa de Xangai. A prévia do índice de gerente de compras (PMI) do Japão subiu em relação ao mês anterior no caso de serviços (de 26,5 para 42,3), porém recuou no caso de manufatura (de 38,4 para 37,8). O iene está se desvalorizando diante do dólar, -0,14%, cotado a ¥/US$ 107,06, com esse desempenho mais fraco da economia japonesa.
Na Europa, os mercados operam em forte alta, tanto devido à correção da fala da Casa Branca quanto aos indicadores de atividade. As prévias dos PMis da Zona do Euro não apenas subiram em relação ao mês anterior, como superaram expectativas. No caso do índice de manufatura, ela subiu de 39,4 para 46,9 (expectativa 45,0) e no caso de serviços de 30,5 para 47,3 (expectativa 41,5). Os indicadores da França até superaram o patamar de 50 (52,1 para manufatura e 50,3 para serviços), indicando crescimento da atividade. Assim, há avanços de 1,36% no índice pan-europeu STOXX600, 1,15% no FTSE100 de Londres, 1,59% no CAC40 de Paris e 2,61% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,28%, cotado a US$/€ 1,1292.
No EUA, os índices futuros das bolsas operam em alta no momento, com o do S&P500 avançando 0,76%. O dólar está perdendo valor diante de boa parte das moedas, com o índice DXY recuando -0,20%. Os juros futuros americanos estão subindo, com a Treasury de 10 anos avançando 2 p.b., para 0,72% a.a.. As prévias dos índices PMIs dos EUA também sairão hoje, com expectativa de alta para 50,0 em manufatura e 48,0 em serviços. Dados de vendas de casas novas de maio e índice de atividade do Fed de Richmond de junho também devem indicar melhora.
Os preços de commodities estão sem direção única no momento, com alta de 0,06% no índice geral da Bloomberg. Há recuo em preços de commodities agrícolas importantes, como a soja (-0,37%), e alta no preço de petróleo. O barril tipo WTI está sendo negociado a US$ 41,50, um avanço de 1,89% em relação a ontem.
No Brasil hoje deve ser a ata do Copom, que deve elucidar quão provável será um novo corte da Selic na próxima reunião, e o que o comitê quis dizer com “ajuste residual”. O IPC-S da 3ª semana de junho deve sair também, e deve ter subido de -0,13% para +0,04%. À tarde sairá o dado de arrecadação federal, que deve ter recuado para R$ 82,3 bi em maio. Os juros futuros devem reagir hoje à ata do Copom, com os vencimentos mais curtos podendo cair e a curva empinar caso o comitê pareça mais aberto a novo corte. O real pode ser afetado pela perspectiva de política monetária, porém a tendência inicial deve ser seguir o ambiente global e se valorizar diante do dólar. A bolsa brasileira, por sua vez, deve subir, aproveitando o cenário de recuperação global da atividade.