Hoje na Economia – 23/08/2021

Hoje na Economia – 23/08/2021

A cautela continuará ditando o comportamento dos investidores ao longo desta semana. A propagação do coronavírus em várias regiões e a desaceleração da economia da China levantam questões sobre se a economia global poderá absorver o choque decorrente da redução do apoio monetário. Ademais, o foco da semana se concentrará na participação de Jerome Powell (dia 27) no simpósio anual de política monetária de Jackson Hole, à espera que se confirme os sinais dados pelo Fed quanto à proximidade do “tapering”.

Nesta segunda-feira, os investidores voltam às compras após as fortes quedas ocorridas nos mercados acionários globais, na semana passada. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta, nesta manhã, apontando para um dia positivo para o mercado à vista, com investidores à procura de pechinchas. O futuro do Dow Jones opera com ganho de 0,31%, no momento; o S&P 500 sobe 0,28%; Nasdaq registra avanço de 0,34%. Em dia de maior propensão ao risco, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe três pontos base para 1,27% ao ano, enquanto o dólar se enfraquece frente às principais moedas. O índice DXY do dólar recua 0,30%, nesta manhã. Na agenda econômica, os investidores vão monitorar a divulgação, ainda nesta manhã, do índice dos gerentes de compras (PMI) de agosto, para avaliar a dinâmica atual da economia americana.

Na Ásia, as bolsas de ações registraram a melhor performance das últimas três semanas. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, encerrou o dia com alta de 1,40%, com praticamente todos os setores fechando no azul. Na China, ainda que persistam temores quanto a novas medidas regulatórias, o governo conseguiu zerar a ocorrência de novos casos de covid-19, animando os investidores. O índice Xangai Composto fechou em alta de 1,45%. No Japão, o índice Nikkei subiu 1,78% em Tóquio, com destaque para forte recuperação das ações do setor de automóveis. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 1,05%, enquanto o sul-coreano Kospi valorizou 0,97% em Seul. Em Taiwan, o Taiex registrou alta de 2,5%, o melhor desempenho na região. O iene está se depreciando diante do dólar, -0,29%, cotado a ¥/US$ 110,10.

Na Europa, os dados de atividade divulgados, nesta manhã, mostram que a recuperação da economia segue firme, ainda que em ritmo mais contido. A prévia do índice dos gerentes de compras (PMI) composto caiu de 60,2 em julho para 59,5 em agosto (proj. 59,6). Na Alemanha, a atividade econômica perdeu força em agosto, tanto na indústria como no setor de serviços, vindo abaixo das projeções do mercado. As principais bolsas europeias não mostraram reação significativa à divulgação dos PMIs da região. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com ganho de 0,31%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,40%; em Paris, o CAC40 avança 0,66%. Já na Alemanha, a decepção com o resultado do PMI mais fraco do que o esperado fraquejou a bolsa de Frankfurt, que mostra alta marginal de 0,03%, no momento. O euro se aprecia 0,23% ante a divisa americana, cotado a US$/€ 1,1726.

As commodities em geral mostram forte recuperação diante das perdas da semana passada. O índice de commodity Bloomberg sobe 1,50%, nesta manhã. As moedas correlacionadas a commodities, como o dólar australiano, se valorizam nesta manhã. No mercado futuro de petróleo, o contrato para o tipo WTI para entrega em outubro registra alta de 3,22%, negociado a US$ 64,14/barril.

A Bovespa deve abrir em alta, acompanhando a recuperação das principais bolsas internacionais, bem como a valorização das principais commodities, principalmente, do petróleo. O real, como uma moeda ligada às commodities, deve se apreciar ante ao dólar, enquanto os juros futuros devem recuar. Os ativos brasileiros, no entanto, estão também sujeitos ao ambiente político atribulado, piorando o sentimento de deterioração do quadro fiscal doméstico.

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