Hoje na Economia -24/03/2021
A abertura dos principais mercados internacionais sugere um dia em que prevalece a aversão ao risco. Cresce a percepção de que a terceira onda da pandemia de covid-19 avança pela Europa, obrigando as economias a se fecharem, alimentando as preocupações sobre a perspectiva de recuperação da economia global.
Investidores buscam posturas defensivas, aumentando a demanda pelos Treasuries. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou dois pontos base para 1,61% ao ano. O índice DXY do dólar sobe 0,22%, nesta manhã, situando-se em 92,53 pontos. Esse movimento é explicado, em boa parte, pelo enfraquecimento do euro, refletindo o agravamento da pandemia na Europa. Hoje, os investidores deverão acompanhar o segundo dia de testemunhos do presidente do Fed, Jerome Powell, e da secretária do Tesouro, Janet Yellen no Congresso americano, além de manifestações de outros dirigentes do Fed ao longo do dia. O mercado de ações de Nova York deve abrir em alta, buscando se recuperar das perdas de ontem, conforme sinalizam os principais índices futuros de ações. O índice futuro do Dow Jones sobe 0,21%; S&P 500 avança 0,38%; Nasdaq registra valorização de 0,86%.
Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa generalizada na sessão desta quarta-feira. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific registrou queda de 1,2%, com forte recuo nas ações do setor de consumo, refletindo as preocupações dos investidores com o avanço da pandemia de covid-19, forçando o fechamento das economias na Europa e em outras partes do mundo. O índice Nikkei liderou as perdas na Ásia, com queda de 2,04% em Tóquio, enquanto o Hang Seng recuou 2,03% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi caiu 0,28% em Seul, enquanto o Taiex perdeu 0,90% em Taiwan. Na China, o índice Xangai Composto teve baixa de 1,30%. O dólar é cotado a 108,69 ienes, com ligeira valorização frente ao valor de 108,63 ienes de ontem à tarde.
Na Europa, as principais bolsas de ações da região operam em baixa. Prevalece o pessimismo em relação ao futuro da economia, em meio ao avanço da pandemia e de novas medidas duras de fechamento adotadas por vários países da região. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 0,18%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 0,17%; o CAC40 perde 0,30% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 0,50%. Contribuindo para melhorar o humor do investidor europeu, a IHS Markit divulgou as prévias dos índices dos gerentes de compras (PMI) de março, que mostraram avanço surpreendente na atividade industrial da região. O PMI composto da zona do euro avançou de 48,8 em fevereiro para 52,5 em março, atingindo o maior nível em oito meses, superando as projeções do mercado (49,1). Esse resultado refletiu a alta inesperada do PMI industrial da zona do euro, que foi de 57,9 em fevereiro para 62,4 em março, recorde da série histórica. O euro, que era cotado a US$ 1,1819 antes dos dados, subiu para US$ 1,1835 após a divulgação.
No mercado de petróleo, as cotações da commodity sobem nesta manhã, buscando recuperar parte das perdas de ontem, quando chegou a recuar cerca de 6%. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para maio é cotado a US$ 59,43/barril, com alta de 2,89%.
No mercado doméstico, investidores devem atuar de forma cautelosa diante de um ambiente de maior aversão ao risco por conta do recrudescimento da pandemia na Europa, levando a valorização do dólar e busca por segurança nas Treasuries. Os eventos políticos permanecem no radar, com destaque para o encontro promovido pelo presidente Jair Bolsonaro com os presidentes do Senado e da Câmara, bem como do STF, além de governadores aliados. Deverão debater a situação da pandemia do covid-19. O encontro começa às 8h30. A Bovespa deve abrir de lado, enquanto a maior aversão ao risco deve manter pressionados o câmbio e as taxas longas de juros.