Hoje na Economia – 24/06/2020
O ambiente permanece desfavorável aos ativos de risco, nesta quarta-feira. Investidores preocupados com a retomada da economia mundial diante da ameaça de novas ondas de infecção pelo coronavírus em Tóquio, Alemanha, EUA e América do Sul. Teme-se que uma segunda onda force os governos a reverterem os processos de abertura de suas economias.
Na Ásia, os mercados de ações operaram sem direcional claro. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific fechou com queda discreta de 0,09%. No Japão, o índice Nikkei teve queda moderada de -0,07% em Tóquio, enquanto o Hang Seng caiu -0,50% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi avançou 1,42% em Seul; o Taiex subiu 0,42% em Taiwan. Na China, às vésperas do feriado que manterá os mercados fechados nesta quinta-feira e sexta-feira, o índice Xangai Composto fechou o pregão de hoje com valorização de 0,30%. No mercado de moedas, a moeda japonesa opera estável, sendo o dólar cotado a 106,53 ienes, no momento.
As bolsas europeias abriram o pregão de hoje em baixa. Após a valorização de ontem, investidores se assustam com o novo avanço do coronavírus em diversas partes do globo, optando por realizar ganhos recentes. Na Alemanha, o índice IFO de sentimento das empresas subiu de 79,7 em maio para 86,2 em junho, refletindo a melhora na confiança com a gradual abertura da economia alemã. Mesmo surpreendendo as expectativas (analistas previam índice a 84,3), sinais de nova onda de contaminação mantêm os investidores cautelosos, nesta manhã. Em Frankfurt, o índice DAX opera com queda de -2,24%. Em Londres, o FTSE100 perde -2,36%; o CAC40 recua -2,02%. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 tem queda de -1,79%, no momento. O euro é negociado a US$ 1,1285, com recuo de 0,20% ante a moeda americana.
Sinais de que a disseminação do coronavírus voltou a ganhar força em várias regiões dos EUA levam os índices futuros das bolsas de Nova York a operarem em baixa nesta manhã. O futuro do Dow Jones recua -1,17%; S&P cai -1,07%; Nasdaq tem queda de -0,76%. O juro da Treasury de 10 anos também opera em baixa: recua -1,61%, situando-se em 0,70% ao ano. O ambiente de maior aversão ao risco favorece a divisa americana. O índice DXY do dólar, que mede a variação da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, avança 0,23%, situando-se em 96,86 pontos, no momento.
O dia não se mostra favorável às commodities em geral. O índice Geral de Commodity da Bloomberg registra queda de 0,27%. O contrato futuro de petróleo do tipo WTI, para entrega em agosto, é cotado a US$39,62/barril, recuando -1,83%, refletindo não só os temores de nova onda de disseminação do coronavírus, como também o aumento dos estoques americanos, reportado ontem pela American Petroleum Institute (API).
O foco no mercado doméstico se dirige para o Senado, onde deve ser aprovado o marco legal do saneamento. Se aprovado sem alterações, segue para sanção presidencial. É visto como ponta pé inicial para destravar os investimentos em infraestrutura no pós-pandemia. A Bovespa deve abrir em baixa, acompanhando os futuros de ações das bolsas de Nova York. Taxa de câmbio e juros futuros, principalmente os contratos mais longos, devem abrir pressionados por conta do ambiente global de maior aversão ao risco.