Hoje na Economia – 24/07/2020
Um forte ambiente de aversão ao risco prevalece nesta manhã, em reação à escalada de tensões entre EUA e China, bem como por crescentes temores de que a recuperação econômica na maior economia do mundo vem perdendo força.
Horas atrás, a China ordenou o fechamento do consulado americano em Chengdu, em retaliação à decisão de Washington de fechar o consulado chinês em Houston. Pequim acusa o corpo diplomático americano de interferir em questões internas da China. Nos EUA, o presidente Donald Trump e o Secretário de Estado, Mike Pompeo, teceram duras críticas à China em entrevista concedida na noite de ontem.
Na Ásia, os mercados fecharam em forte baixa, após as medidas retaliatórias adotadas pela China. Na bolsa de Xangai, o índice Composto fechou com queda de 3,86%, enquanto o Hang Seng registrou perda de 2,21% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi recuou 0,71% em Seul, enquanto o Taiex registrou baixa de 0,88% em Taiwan. No Japão, a bolsa de Tóquio permaneceu fechada devido a feriado local. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific terminou a sessão de hoje com recuo de 1,0%. No mercado de moeda, a moeda japonesa se fortaleceu ante ao dólar, que é negociado a 106,33 ienes (+0,50%), nesta manhã.
Na Europa, mercados de ações registram pesadas perdas, nesta manhã. Preocupações com o desenrolar das tensões entre americanos e chineses em meio a uma economia mundial fragilizada pela pandemia de coronavírus assustam os investidores europeus. Mesmo os dados de atividade, mostrando que a economia da zona do euro ganhou força no mês passado, não alteraram o mau humor dos investidores. O índice de gerente de compras (PMI) composto subiu de 48,5 em junho para 54,8 em julho, atingindo o maior nível em 25 meses, superando a projeção dos analistas, que previam o índice em 51. No mercado de ações, o índice regional STOXX600 registra queda de 1,72%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 1,37%; o CAC40 recua 1,60% em Paris; em Frankfurt, o DAX se desvaloriza 1,83%. O euro se valoriza 0,11%, sendo cotado a US$ 1,1608, nesta manhã.
Nos EUA, os índices futuros de ações das bolsas de Nova York também operam em baixa com as tensões entre EUA e China, mas também de olho nos balanços de grandes empresas que serão divulgados ao longo do dia. O índice futuro do Dow Jones cai 0,40%, no momento; S&P 500 recua 0,36%; Nasdaq tem queda de 1,06%. O dólar não mostra tendência clara, no momento, com o índice DXY flutuando em torno da estabilidade. Os juros futuros caem levemente, com o yield da Treasury de 10 anos recuando 1 ponto base, para 0,57% a.a..
Os contratos futuros de petróleo, após operarem em queda ao longo da madrugada, passaram para o campo positivo. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para setembro, é negociado a US$ 41,45/barril, com valorização de 0,93%, no momento.
Na agenda econômica doméstica, o IBGE divulga o IPCA-15 de julho, prévia da inflação oficial. Segundo o consenso do mercado, o indicador deverá mostrar alta de 0,52% no mês e 2,36% na métrica de doze meses. O ambiente de forte aversão ao risco que toma conta dos principais mercados de ações nesta manhã deve pesar sobre a Bovespa, que deve abrir em queda. Os DIs futuros, principalmente os vértices mais longos, devem se manter pressionado diante do ambiente externo adverso, bem como diante de uma taxa de câmbio pressionada por conta da maior percepção de risco.