Hoje na Economia – 24/08/2021

A alta nos mercados internacionais que ocorreu na segunda-feira tem uma pausa na manhã de terça-feira, com maior parte dos mercados estáveis, aguardando discurso de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole na quinta-feira.

Na Ásia as bolsas fecharam em alta, com investidores procurando pechinchas nas companhias de tecnologia. A fala de autoridades da China, de que devem estimular o crédito para o setor de construção, também ajudou ações e commodities a subirem. O índice MSCI Asia Pacific avançou 1,5%, com altas de 0,87% no Nikkei225 de Tóquio, 2,46% no Hang Seng de Hong Kong, 1,07% na bolsa de Xangai e 1,56% no KOSPI de Seul. O iene está se desvalorizando levemente diante do dólar, -0,02%, cotado a ¥/US$ 109,72.

Na Europa, as ações operam em ligeira queda. O índice pan-europeu STOXX600 tem variação de -0,05%, com quedas de -0,26% no FTSE100 de Londres e -0,36% no CAC40 de Paris. Por outro lado, há alta de 0,21% no DAX de Frankfurt. O euro está se depreciando diante do dólar, -0,09%, cotado a US$/€ 1,1735. O PIB da Alemanha no 2º trimestre foi revisto para cima, de 1,5% T/T para 1,6% T/T.

Nos EUA, os índices futuros de ações operam em ligeira alta. Há ganhos de 0,06% no Dow Jones, 0,15% no S&P500 e 0,30% no NASDAQ. O dólar está ganhando valor diante de outras moedas, com o índice DXY subindo 0,08%, mas não se recuperando da queda vista ontem (-0,58%) e essa alta é modesta comparada com a vista na última semana (mais de 1%). Os juros futuros operam perto da estabilidade, com o yield da Treasury de 10 anos subindo 1 pb, para 1,26% a.a.. Hoje será divulgado o índice de atividade do Fed de Richmond de agosto, que deve ter desacelerado como outras medidas de crescimento no período, de 27 para 24. As vendas de casas novas de julho também sairão, e essas devem ter crescido 3,1% M/M.

Os preços de commodities sobem, com menor preocupação com a variante Delta de Covid-19 depois da China ter diminuído a transmissão local para zero e após aprovação de uso não emergencial de vacinas nos EUA. Além disso, as falas de autoridades chinesas sobre estímulos também ajudam diversas commodities a subir. Há alta de 0,45% no índice geral da Bloomberg, com destaque para avanços de 2,62% no cobre, 2,32% no níquel, 2,27% no ferro e 1,16% no petróleo tipo WTI, cotado a US$ 66,42/barril.

O Brasil não participou do rally de ontem dos mercados globais, devido a questões internas, em especial a crise entre os poderes da República, que atrapalha o avanço de reformas estruturais. Essa crise ainda parece estar ocorrendo, por isso hoje deve continuar sendo um dia de queda nos preços de ativos locais. Falas de importantes autoridades políticas de que o teto de gastos deve ser “furado” no orçamento desse ano para acomodar emendas do legislativo e programas sociais também não ajudam no humor do mercado financeiro. Não há expectativa de divulgação de dados para hoje. A bolsa brasileira deve cair, o real deve se depreciar diante do dólar e os juros futuros devem subir hoje.