Hoje na Economia – 25/05/2021
A terça-feira começa com a maior parte dos mercados financeiros em alta, após maior parte dos diretores do Fed que fizeram discurso ontem considerarem os números elevados de inflação americana recente como resultados de efeitos transitórios, que podem subir no futuro próximo, mas que devem se dissipar depois.
Na Ásia, o índice regional MSCI Asia Pacific subiu 1,3%, a maior alta em duas semanas, com avanços em especial nas bolsas chinesas. O índice Hang Seng de Hong Kong avançou 1,75% e a bolsa de Xangai aumentou 2,40%. Houve avanço também no Nikkei 225 de Tóquio (0,67%) e no KOSPI de Seul (0,86%), mas em menor escala. O iene está se desvalorizando diante do dólar, -0,10%, cotado a ¥/US$ 108,86.
Na Europa, a maior parte das bolsas opera em território positivo. Há avanços de 0,42% no índice pan-europeu STOXX600, 0,11% no CAC40 de Paris e 0,79% no DAX de Frankfurt. Por outro lado, há leve recuo de -0,02% no FTSE100 de Londres. O euro está se valorizando diante do dólar, 0,34%, cotado a US$/€ 1,2256. Na Alemanha foi divulgado o índice IFO de clima de negócios, que ficou acima do esperado em maio (99,2 contra mediana de projeções de 98,0), subindo em relação ao mês passado também (96,6 no dado revisado). O PIB do 1º trimestre no país, no entanto, foi revisto ligeiramente para baixo (de -1,7% T/T para -1,8% T/T), com menos consumo privado em especial.
Nos EUA, ontem houve recuperação em especial nos preços de ações ligadas à tecnologia, e hoje esse movimento continua. Os índices futuros de ações estão subindo 0,28% no caso do Dow Jones, 0,27% no S&P500 e 0,47% no NASDAQ. O dólar está perdendo valor, com o índice DXY recuando -0,22% e caindo para o menor nível desde janeiro. Os juros futuros estão recuando, com o yield da Treasury de 10 anos caindo 1 pb, para 1,5876% a.a.. O dado mais importante da agenda americana hoje é a confiança do consumidor do Conference Board, que deve ter recuado ligeiramente na margem (de 121,7 em abril para 119,0 em maio), com aumento de inflação pesando no bolso dos consumidores, junto com menor estímulo fiscal na margem. Também sairão dados do setor imobiliário, com as vendas de casas novas devendo ter recuado 7% M/M em abril após alta de mais de 20% em março, devido a fatores climáticos. Os preços de casas de março devem ter acelerado sua alta, de 1,2% M/M para 1,3% M/M, refletindo um mercado imobiliário aquecido.
Os preços de commodities têm mais um dia operando sem direção única. O índice geral da Bloomberg rem queda de -0,17%, influenciado pelo recuo nos preços de petróleo. O barril tipo WTI é negociado a US$ 65,59, uma queda de -0,70%. Por outro lado, as commodities metálicas se recuperam parcialmente da queda de ontem, com altas de 0,70% no cobre e 1,94% no níquel. O minério de ferro terminou a negociação na Ásia estável.
No Brasil, foi divulgado o IPC-FIPE da 3ª semana de maio, que ficou ligeiramente acima das expectativas (0,33% contra 0,28%). Hoje sai o IPCA-15 de maio, e a expectativa do mercado é de pequena desaceleração em relação ao número visto no mês anterior (0,55% contra 0,60%). Ontem a cúpula do Congresso Nacional e o governo fecharam um acordo sobre o fatiamento da reforma tributária, com divisão dos trabalhos entre Senado e Câmara dos Deputados. Hoje a CCJ da Câmara deve votar a proposta de reforma administrativa (PEC 32/2019). Os mercados brasileiros devem se beneficiar do ambiente global mais positivo e do avanço na agenda de reformas estruturais, mas ainda com receio em relação à criação de novos programas sociais, como indicam rumores. A bolsa deve ter mais um dia de alta e o real deve se valorizar diante do dólar. O comportamento dos juros futuros vai depender do IPCA-15, mas podendo ter uma queda caso ele venha abaixo do esperado e com o avanço das reformas estruturais no Congresso.