Hoje na Economia – 26/11/2021
A aversão ao risco volta a tomar conta dos mercados, nesta sexta-feira, estampada em fortes quedas nas bolsas da Ásia, Europa e futuros americanos. Commodities e petróleo também sofrem pesadas baixas. O ambiente é de procura por porto seguro nos mercados globais, motivada pelo noticiário sobre uma nova variante da covid-19 detectada na África do Sul, e, provavelmente, fora da proteção das vacinas já disponíveis contra o vírus.
Na Ásia, o índice MSCI Asia Pacific registrou o pior pregão desde março, contabilizando queda de 1,8%, na sessão de hoje. A expectativa de rápida disseminação da nova variante da covid-19 detectada na África do Sul exacerbaram as preocupações com o crescimento econômico global. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 2,53%, com destaque para as quedas de ações do setor ferroviário e do banco SoftBank. Na China, o índice Composto de Xangai caiu 0,56%. Fabricantes de chips lideraram as perdas, estendendo fraqueza recente após os EUA colocarem várias empresas chinesas em lista de preocupações com a segurança nacional e a política externa. Em Hong Kong, o Hang Seng encerrou o pregão com queda de 2,67%, com destaque para ações de cassinos, empresas aéreas e a Evergrande que teve baixa de 10% no dia de hoje. O sul-coreano Kospi recuou 1,47% em Seul, com fortes perdas no setor aéreo devido às notícias da África do Sul. Em Taiwan, o Taiex registrou baixa de 1,61%.
Na Europa, as bolsas abriram exibindo baixas consideráveis, em linha com a cautela generalizada que toma contas dos mercados globais com a notícia de uma nova variante da covid-19, considerada potencialmente mais perigosa, localizada na África do Sul. Ademais, a própria Europa passa por nova onda de casos, com o quadro se gravando na Alemanha e com o Reino Unido impondo severas restrições para o ingresso no país de viajantes vindos do sul do continente africano. Nesta manhã, o índice STOXX600 recua 2,81%; em Londres, o FTSE100 perde 2,78%; o CAC40 cai 3,73% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 3,10%.
As bolsas de Nova York voltam a operar hoje (ainda que apenas por meio período), após permanecerem fechadas na quinta-feira devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA. Nesta manhã, os índices futuros dos mercados acionários de Wall Street exibem quedas expressivas: o futuro do Dow Jones cai 2,34%; S&P 500 perde 1,80%; Nasdaq cede 1,20%. O índice DXY do dólar, que mede o valor da moeda americana ante uma cesta de moedas, opera com forte queda. No momento, recua 0,40%, situando-se em 96,39 pontos. A busca por proteção leva a valorização do iene que é negociado a 114,22 ¥/US$, apreciando 0,96%; o euro sobe para US$ 1,1252/€ (+0,38%); a libra vale US$ 1,3310/£, depreciando 0,09%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou 10 pontos base, para 1,53% ao ano, refletindo o ambiente de maior aversão ao risco.
O índice geral de commodity Bloomberg recua 1,66%, com destaque para o petróleo. Os contratos futuros de petróleo, tipo WTI, cai 5,91% no momento, cotado a US$ 73,72/barril em reação às notícias sobre a nova variante da covid-19 descoberta na África do Sul.
A Bovespa deve abrir em baixa, acompanhando a tendência ditada pelas bolsas europeias e os futuros de ações de Nova York. Para o câmbio, muita volatilidade é esperada, mas o viés é de baixa, enquanto os juros futuros devem subir acompanhando a alta dos juros dos treasuries, em meio a um ambiente de forte aversão ao risco. A política dá uma folga, enquanto carrega as baterias para a próxima semana, quando está prevista a votação (na terça-feira) da PEC dos precatórios na CCJ e no plenário do Senado.