Hoje na Economia – 27/01/2022

Hoje na Economia – 27/01/2022

As principais bolsas internacionais e os futuros americanos operam em queda, nesta manhã. Os juros dos Treasuries e o dólar sobem, enquanto as commodities e petróleo recuam. Reagem às decisões do Fed, no comitê de política monetária, em que deixou claro sua intenção de começar a subir a taxa de juros de referência já no próximo encontro, em março, não descartando a possibilidade de promover altas em todas as reuniões deste ano se necessário for para combater a maior inflação em 40 anos.

Diante da possibilidade de uma política fortemente restritiva a ser praticada pelo Fed, em meio a pressões de preços elevados, os investidores temem o enfraquecimento do crescimento econômico global, prejudicando os lucros empresariais.

Na Ásia, os mercados acionários fecharam exibindo fortes baixas, não só repercutindo as decisões do Fed, mas também preocupados com os desdobramentos das tensões geopolíticas entre Ucrânia e Rússia. O índice MSCI Asia Pacific fechou o pregão de hoje com queda de 2,4%, recuando para o menor nível desde novembro de 2020. O índice sul-coreano Kospi liderou as perdas na região, caindo 3,50%, atingindo o seu menor nível em 14 meses. No Japão, o índice Nikkei teve queda de 3,11% em Tóquio, enquanto o Hang Seng recuou 1,99% em Hong Kong. Já o Taiex exibiu baixa modesta de 0,15% em Taiwan. Na China, o Xangai Composto caiu 1,78%, atingindo o menor patamar desde julho do ano passado.

Na Europa, as bolsas locais abriram no vermelho, sob efeito da sinalização hawkish dada pelo Fed ontem. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 0,57%, no momento. Em Paris e em Frankfurt, o CAC40 e o DAX perdem 0,56% e 0,91%, respectivamente. Em Londres, o FTSE100 exibe alta marginal de 0,06%. No dia de hoje, os investidores europeus continuarão com foco nos EUA, à espera da divulgação de indicadores de atividade econômica e balanços de grandes empresas.

No mercado americano, os juros dos Treasuries, após as altas que se seguiram à decisão hawkish do Fed, operam sem direcional único, nesta manhã. O rendimento do T-Bond de 10 anos recuou três pontos base, para 1,84%, enquanto o juro do T-Note de 2 anos encontra-se em 1,20% ao ano. O índice DXY do dólar opera com alta significativa, ampliando os ganhos de ontem. No momento, o índice sobe 0,36%, situando-se em 96,82 pontos. O euro recuou para US$ 1,1199/€ (-0,36%); enquanto a libra caiu para US$ 1,3424/£ (-0,29%). Os índices futuros das bolsas de Nova York exibiram fortes quedas ao longo do overnight, atenuando a queda no momento. O futuro do Dow Jones exibe queda modesta de 0,07%; S&P 500 recua 0,13%; Nasdaq perde 0,16%. Na agenda, serão divulgados dados de atividade (PIB do 4º trimestre e encomenda de bens duráveis) além de alguns balanços corporativos (destaque para Apple).

Os contratos futuros de petróleo operam em baixa. Após os ganhos recentes, investidores realizam lucros, por conta do acirramento das tensões geopolíticas entre Ucrânia e Rússia, como também devido à pressão de alta do dólar devido a iminência da alta dos juros nos EUA. O contrato futuro do petróleo WTI para março recua 0,16%, cotado a US$ 87,21/barril.

Com uma agenda econômica esvaziada, os ativos domésticos devem operar de olho no mercado americano. Reação à sinalização de juros em alta e novos dados sobre a economia americana serão importantes guias para o Ibovespa, onde a aversão ao risco poderá ser atenuada pelos ventos favoráveis do ingresso de fluxo estrangeiro. O câmbio seguirá o movimento de alta global do dólar, alimentando a alta dos juros futuros.

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