Hoje na Economia – 27/04/2022
As principais bolsas internacionais exibem altas nesta manhã, buscando se recuperar das perdas dos últimos dias, em meio a temores sobre ameaças da Rússia em cortar o fornecimento de gás à Europa, os desafios enfrentados pela China no combate ao covid-19 e expectativa de agressivo aperto monetário pelo Fed.
Na Ásia, as bolsas encerraram a sessão de hoje em direções desencontradas, longe de um denominador comum, refletindo, também, resultados corporativos decepcionantes. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, registrou queda de 1,0% no pregão de hoje, onde os destaques de baixa foram as ações da TSMC e Samsung Eletronics. Resultados apresentados pela Texas Instruments e SK Hynix vieram bem abaixo do esperado pelos analistas. Ademais, o cenário para o crescimento econômico da região permanece sombrio, ameaçado pelas medidas que a China vem adotando para conter a disseminação do covid-19 no país. Bolsas onde as ações de tecnologia têm peso significativo fecharam com quedas fortes. No Japão, o índice Nikkei caiu 1,17% em Tóquio; o sul-coreano Kospi recuou 1,10% em Seul, e o Taiex perdeu 2,05% em Taiwan. Por outro lado, na China, o índice Xangai Composto apurou valorização de 2,49%, enquanto o Hang Seng registrou alta moderada de 0,06% em Hong Kong.
Após dois dias se protegendo, o investidor mostra-se mais disposto a correr risco, no dia de hoje. Isso se reflete na retomada das vendas de títulos soberanos, o que leva os juros dos Treasuries a operar em alta, revertendo o movimento de queda das duas sessões anteriores. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe seis pontos base para 2,78% ao ano. O dólar continua em alta, situando-se próximo do mais elevado patamar em dois anos. O índice DXY encontra-se em 102,72, subindo 0,41%, nesta manhã. Boa parte dessa alta deve-se à queda do euro, que se encontra no menor nível ante ao dólar desde 2017. A moeda comum é cotada a US$ 1,0602/€, com queda de 0,35%, fruto dos temores de que a Rússia interrompa o fornecimento de gás, o que prejudicaria o crescimento econômico da zona do euro. A libra é negociada a US$ 1,2558/£, se depreciando 0,12% e o iene é cotado a 127,93 ¥/US$. No mercado de ações, o dia deve se de recuperação a se deduzir do avanço mostrado pelos principais índices futuros das bolsas de Nova York: o futuro do Dow Jones sobe 0,97%; S&P 500 avança 0,88% e Nasdaq tem alta de 0,94%. A agenda de hoje traz balanços da Boeing; Meta (Facebook) e Ford.
Na Europa, os mercados de ações exibem altas, aproveitando-se dos bons balanços corporativos que vêm sendo divulgados, tentando recuperar parte das perdas recentes. Grandes bancos como Lloyds; Deutsche se juntam a Iberdrola com resultados positivos, atenuando a decepção com os números apresentados pelo Credit Suisse. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra alta de 0,37%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,39%; o CAC40 avança 0,43% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,22%.
O acirramento das tensões relacionadas à guerra russo-ucraniana dá sustentação ao mercado de petróleo, nesta manhã. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para junho, é negociado a US$ 102,50/barril, se valorizando 0,79%. Os investidores aguardam a pesquisa semanal do Departamento de Energia (DoE) sobre os estoques de petróleo bruto nos EUA.
Na agenda econômica doméstica, o IBGE divulga o IPCA-15 de abril, que deve mostrar alta de 1,84% no mês e 12,15% em doze meses, segundo a mediana das projeções do mercado, com grandes chances de influenciar as apostas para o Copom da semana que vem. A força do dólar no exterior deve manter o valor próximo de R$ 5,00/US$, enquanto o Ibovespa pode buscar algum alívio na recuperação que as bolsas internacionais exibem nesta manhã.