Hoje na Economia – 27/05/2020
O ambiente no mercado financeiro permanece favorável aos ativos de risco, nesta quarta-feira. Investidores permanecem estimulados pelos esforços de reabertura econômica em vários países, bem como diante de expectativas de que surja uma vacina para a doença, mas mantém um pé atrás diante da persistente tensão entre os EUA e China.
Na Ásia, os mercados de ações não encontraram um denominador comum, fechando em direções distintas. O futuro de Hong Kong permanece no foco das preocupações dos investidores. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que discutirá a aplicação de possíveis sanções à China nos próximos dias e que fará um anúncio a respeito até o final desta semana, protestando contra possíveis medidas que o governo chinês possa tomar que implique em redução da autonomia de Hong Kong. Nesse ambiente de incerteza, ficou em segundo plano o fato de o indicador de lucro industrial chinês ter recuado 4,3% em abril, após ter despencado 34,9% em março em meio aos efeitos do coronavírus. Na China, o índice Xangai Composto fechou com queda de 0,34%. O Hang Seng, por sua vez caiu 0,36% em Hong Kong. No Japão, o índice Nikkei subiu 0,70% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi teve alta marginal de 0,07% em Seul. O Taiex exibiu leve ganho de 0,16% em Taiwan. No mercado de moeda, o iene perde 0,14%, com o dólar sendo negociado a 107,69 ienes.
Na Europa, as bolsas operam com altas significativas nesta manhã, com investidores acompanhando a abertura de diversas economias da região, ao mesmo tempo em que mantém certa cautela por conta dos atritos políticos entre americanos e chineses. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta de 0,98%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 1,51%; o CAC40 sobe 1,97% em Paris; em Frankfurt, o DAX registra ganho de 1,72%. O euro é negociado a US$ 1,1005, se valorizando 0,22%, no momento, refletindo o recente pronunciamento da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde. O investidor notou a ausência de qualquer indicação sobre possíveis medidas de estímulos que possam a ser adotadas na próxima reunião de política monetária do dia 4 de junho.
Nos EUA, os principais índices futuros de ações operam em alta, apontando para uma abertura positiva para a bolsa de Nova York. No momento, o contrato futuro do Dow Jones sobe 1,03%; do S&P 500 avança 0,90%; Nasdaq tem alta de 0,74%. No entanto, as preocupações com eventual escalada dos atritos entre o governo americano e chinês derrubam os juros pagos pelas Treasuries: a remuneração do T-Bond de 10 anos recua 1,17%, situando-se em 0,688% ao ano. O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes, opera em alta no momento, subindo 0,40%, situando-se em 99,30 pontos. Na agenda, o Fed divulga o Livro Bege, contendo uma visão atualizada da conjuntura econômica captada pelos Feds regionais.
Os preços de commodities operam em queda moderada diante de um ambiente difuso, sem claro direcional. O índice geral da Bloomberg mostra recuo discreto de 0,04%. O preço do petróleo tipo WTI cai 0,61%, sendo negociado a US$ 34,14/barril, no momento.
No mercado doméstico, diante de uma agenda econômica esvaziada, o ambiente político continuará no foco. Hoje se espera que o presidente, Jair Bolsonaro, sancione a lei de auxílio para Estados e municípios enfrentarem a epidemia de coronavírus, vetando o item que prevê reajuste dos salários dos servidores. O real deve manter a trajetória de apreciação ante ao dólar, ajudado pelo ambiente internacional mais propício ao risco. A Bovespa deve abrir em alta acompanhando a tendência majoritária das principais bolsas internacionais.