Hoje na Economia 27/07/2021

O ambiente permanece desfavorável aos ativos de risco, nesta terça-feira. Além das preocupações com a disseminação da variante delta do coronavírus ameaçando a retomada da economia mundial, pesam também as preocupações com a ofensiva regulatória do governo da China, que novamente foram responsáveis por fortes quedas nos índices acionários da China e Hong Kong.

Na Ásia, os mercados fecharam com sinais mistos. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific registrou queda de 1,20%, nesta terça-feira, refletindo as fortes quedas nas ações chinesas. Os índices acionários da China e de Hong Kong acusam o forte impacto da ofensiva regulatória de Pequim sobre os setores de tecnologia e educação. O índice Xangai Composto apurou perda de 2,49%, enquanto o Hang Seng perdeu 4,22% em Hong Kong. Foi divulgado o lucro industrial chinês, que registrou alta de 20% em junho na comparação com igual mês de 2020. Esse resultado refletiu uma desaceleração em relação ao avanço de 36,4% a/a apurado em maio. O japonês Nikkei encerrou o dia com valorização de 0,49% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi subiu 0,23% em Seul. O iene valoriza 0,31%, nesta manhã, cotado a ¥ 110,04/US$, refletindo a busca por segurança.

O ambiente de aversão ao risco, que toma conta dos mercados hoje, pega o mercado acionário americano em níveis recordes, em dia de divulgação de balanços de grandes empresas de tecnologia, como Alphabet; Apple e Microsoft. Os futuros das bolsas de Nova York operam em queda nesta manhã: Dow Jones cai 0,55%; S&P 500 recua 0,41% e Nasdaq tem queda de 0,26%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos flutua em torno de 1,25% ao ano, em meio ao sentimento de cautela, refletindo também a espera da reunião de política monetária do Fed amanhã, quando pode ser discutido o momento em que se iniciará a redução dos estímulos monetários. O dólar sobe frente às principais moedas. O índice DXY situa-se em 92,76 pontos, com alta de 0,12%, no momento. O euro é cotado a US$ 1,1784, perdendo 0,16% no momento; enquanto a libra vale US$ 1,3795, desvalorizando 0,17%.

As principais bolsas da Europa operam em baixa, nesta manhã, acompanhando a trajetória dos mercados asiáticos. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 0,71%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 0,88%; o CAC40 cai 0,59% em Paris; o DAX perde 0,70% em Frankfurt. Além das preocupações com a ofensiva regulatória na China, o investidor europeu mostra cautela com o avanço da epidemia causado pela variante delta do coronavírus, que tem afetado negativamente o sentimento dos empresários europeus, notadamente na Alemanha.

As cotações das principais commodities operam em queda, diante da valorização da moeda americana por conta do ambiente de maior aversão ao risco. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 71,85/barril, com queda de 0,10% no momento.

A Bovespa deve operar dividida entre a influência externa, marcada pela cautela diante das quedas das bolsas chinesas e pela expectativa em torno dos balanços das grandes empresas de tecnologia, e as tensões decorrentes dos eventos políticos internos. O real deve se desvalorizar ante a um dólar fortalecido em dia de maior aversão ao risco e os juros longos devem subir acompanhando o câmbio.