Hoje na Economia – 27/08/2019
27/08/2019
Edição 2326
Os mercados, nesta manhã, não apresentam um direcional único como denominador. Em meio à insatisfação com a morosidade e as idas e vindas das intermináveis tratativas entre americanos e chineses sobre as questões comerciais, investidores se resguardam, preferindo posições de baixo risco.
Na Ásia, os mercados acionários fecharam em alta, acompanhando a valorização das bolsas de Nova York no pregão de ontem. Se beneficiaram das declarações efetuadas pelo presidente Donald Trump ontem, quando os mercados asiáticos já estavam fechados, prevendo que China e EUA deverão conseguir fechar um acordo comercial em breve. Na China, o índice Xangai Composto subiu 1,35%. O desempenho do mercado refletiu, também, os lucros das empresas chinesas, que surpreenderam positivamente em julho, ao mostrar expansão anual de 2,6%, em contraste com que queda de 3,1% observada no mês anterior. No Japão, o índice Nikkei teve alta de 0,96% na bolsa de Tóquio, impulsionado por ações de montadoras, de varejistas e corretoras. O sul-coreano Kospi subiu 0,43% em Seul, enquanto em Taiwan, o índice Taiex apresentou ganho de 0,32%. Já em Hong Kong, o Hang Seng fechou com queda marginal de 0,06%, por conta das turbulências políticas que tomam conta da cidade. No mercado de câmbio, o dólar é negociado a 105,79 ienes nesta manhã, recuando ante o valor de 106,13 ienes de ontem à tarde.
Na Europa, após uma abertura negativa, bolsas passaram a operar no azul em boa parte das praças da região. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra alta de 0,12%, no momento. Na Alemanha, dados oficiais confirmaram que o PIB do país sofreu contração de 0,1% no 2º trimestre ante os três meses anteriores, como adiantado pelos dados preliminares. O índice DAX da bolsa de Frankfurt, após registrar queda de 0,29% mais cedo, agora opera com valorização de 0,21%. Em Londres, o FTSE100 recua 0,29%, afetado negativamente pelas ações do setor bancário. Em Paris, o CAC40 abriu em forte queda (-0,40%), reagindo ao longo do pregão, reduzindo a queda para -0,05%, neste momento. O euro é cotado a US$ 1,1105 de US$ 1,1101 de ontem à tarde.
Os futuros dos principais índices de ações da bolsa de Nova York, que vinham operando em alta durante a sessão asiática, passaram a operar com queda discreta, após a frustração do encontro entre EUA e Irã para encerrar o confronto sobre o acordo nuclear de 2015. O presidente do Irã, que se encontraria com Trump, recuou e condicionou o encontro à suspenção das sanções americanas a Teerã. Neste momento, o contrato futuro do Dow Jones opera em torno da estabilidade (+0,01%); do S&P 500 tem discreto recuo de 0,06%; Nasdaq tem alta de 0,12%. Os preços das Treasuries operam em alta moderada, levando o juro pago pelo T-Bond a recuar 2,09%, nesta manhã, colocando o yield em 1,503% ao ano. O dólar recua frente às principais moedas. O índice DXY situa-se em 97,90 pontos, com queda de 0,18%.
Os contratos futuros de petróleo passaram a registrar altas, após o presidente do Irã, Hassan Rouhani, recuar em relação à retomada do diálogo com o presidente Trump, dos EUA. O Irã exige a suspensão das sanções ao país como condição para voltar a sentar à mesa de negociações. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo, tipo WTI para outubro, sobe 0,84%, sendo negociado a US$ 54,09/barril.
Na ausência de uma agenda econômica forte, mercado local acompanha o ajuste no exterior, em que bolsas são pressionadas pelas incertezas a cerca do comércio internacional, fracos dados divulgados na Alemanha, e aumento das tensões no relacionamento entre EUA e Irã. No front doméstico, os ruídos políticos devem continuar incomodando o investidor, preocupados com os desacertos do governo, que podem colocar em rico a agenda econômica.