Hoje na Economia – 27/09/2019
27/09/2019
Edição 2349
Mercados operam sem direção definida hoje, à espera da divulgação de dados de inflação e crescimento nos EUA e mais notícias sobre o turbulento cenário político americano.
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com o índice MSCI Ásia Pacífico recuando -0,6%. Houve queda de -0,77% no índice Nikkei225 do Japão, em especial devido a fatores técnicos ligados a não pagamento de dividendos. A bolsa de Xangai, por sua vez, subiu 0,11%, recuperando-se após o movimento de realização de lucros ontem. A partir de 1º de outubro um longo feriado chinês deve fazer os mercados ficarem fechados. O indicador chinês de lucro das empresas industriais em agosto teve queda de -2,0%, contra alta de 2,6% no mês anterior. O iene se deprecia -0,21% contra o dólar, cotado a ¥/US$ 108,06.
Na Europa, as bolsas operam em alta. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 0,62%, havendo altas também de 1,21% no FTSE100 de Londres, 0,37% no CAC40 de Paris, 0,87% no Dax de Frankfurt. O euro está se apreciando ligeiramente contra o dólar, 0,05%, cotado a US$/€ 1,0926. A apreciação do euro já foi maior no pregão, tendo caído após a divulgação de um dado ruim sobre atividade: o indicador de clima de negócios de setembro ficou em -0,22, contra expectativa de 0,11. A libra está se depreciando 0,27% após um dos membros do Banco da Inglaterra dizer que mesmo com um Brexit ordenado o BoE pode ter de cortar juros.
Nos EUA, os índices futuros de bolsas operam em ligeira alta, com o S&P500 subindo 0,22%. Os juros futuros americanos estão subindo, com a Treasury de 2 anos a 1,6755% a.a. e a de 10 anos a 1,7199% a.a.. O dólar está se valorizando ligeiramente, com ganhos de 0,09% no índice DXY. Hoje será divulgado o dado de consumo e renda pessoal, referente a agosto. A medida preferida de inflação do Fed, o núcleo do deflator do consumo, deve ter subido de 1,6% A/A para 1,8% A/A. Também sairão dados de encomendas de bens duráveis de agosto. Ambos os dados devem ter impacto sobre os preços de ativos globais hoje.
No mercado de commodities, o índice de Commodity Bloomberg cai -0,57%. Há recuo em diversas commodities metálicas, com destaque para o cobre (-1,12%) e o níquel (-0,61%). O preço do petróleo tipo WTI está praticamente estável, a US$ 56,43/barril, uma alta de 0,04%. Hoje a Arábia Saudita disse que deve intervir menos na guerra civil do Iêmen, o que pode ajudar a reduzir as tensões na região (e também o preço do petróleo).
No Brasil, hoje deve sair o IGP-M, com a mediana de expectativas sendo de deflação de -0,13% M/M. Dados sobre as contas fiscais do governo central de agosto também serão divulgados, assim como a taxa de desemprego. O STF decidiu ontem sobre uma tese (direito de réus delatados falarem por último em casos que também há réus delatores), que pode afetar as prisões da operação Lava-Jato. A abertura no mercado brasileiro deve ser ditada pelos dados econômicos e pelo movimento global de preços de ativos. Os juros futuros devem ser bem impactados pelo dado de desemprego, porém a tendência segue sendo de queda, devido ao linguajar ainda dovish do presidente do BC, Campos Neto. O real deve ser pressionado pelos juros menores, enquanto a bolsa deve subir, sendo ajudada pelo cenário global de alta moderada nos outros países e juros domésticos menores.